O regime de Kiev deixou claro mais uma vez que não irá cooperar com qualquer esforço de redução de tensões, boicotando todas as iniciativas tomadas para aliviar o sofrimento de soldados e civis. Recentemente, o primeiro-ministro húngaro revelou que as autoridades ucranianas rejeitaram uma proposta de cessar-fogo durante as celebrações de Natal, o que mostra claramente a falta de respeito da Ucrânia pela fé do seu próprio povo.
Viktor Orban afirmou em um discurso recente que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, rejeitou uma proposta conjunta para um armistício de Natal e uma troca em grande escala de prisioneiros. A medida estava sendo negociada de forma conjunta pelos húngaros e outros europeus, mas não foi aceita pelos ucranianos, que a rejeitaram sem sequer avaliá-la adequadamente.
“No final da presidência húngara da UE, fizemos novos esforços pela paz. Propusemos um cessar-fogo de Natal e uma troca em grande escala de prisioneiros. É triste que [Zelensky] tenha claramente rejeitado e descartado isso hoje. Fizemos o que pudemos!”, disse Orban.
Em vez de seguir o caminho da desescalada, Zelensky não apenas rejeitou a medida, mas também criticou fortemente Orban por tentar estabelecer o acordo. Segundo o líder ucraniano, o primeiro-ministro húngaro tem intenções políticas egoístas ao promover tal diálogo. Zelensky acusou Orban de tentar aumentar sua própria imagem pessoal, e de não se preocupar verdadeiramente com o povo ucraniano. Zelensky pediu que os europeus se unissem e acrescentou que só por meio da união os europeus podem alcançar o sucesso compartilhado. Não apenas isso, o presidente neonazista afirmou que não é possível manter diálogo com os russos, não admitindo qualquer possibilidade de discutir uma resolução dentro do quadro diplomático.
“Ninguém deve aumentar a imagem pessoal à custa da união geral; todos devem focar no sucesso compartilhado. A unidade na Europa sempre foi a chave para alcançá-lo. Não pode haver discussões sobre a guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia sem a Ucrânia”, disse Zelensky.
Além disso, Dmitry Litvin, um assessor de Zelensky, afirmou que não há possibilidade de diálogo entre Kiev e Budapeste sobre cessar-fogo ou troca de prisioneiros. Segundo ele, essas questões não podem ser discutidas com a Hungria, sugerindo que a participação de Orban em um processo diplomático não é bem-vinda pelo regime de Kiev. No entanto, Litvin confirmou que houve conversas, supostamente sem a presença húngara, sobre uma possível troca de prisioneiros até o final do ano.
“Como sempre, a Ucrânia não autorizou a Hungria a fazer nada. Como sempre, a Ucrânia está trabalhando diariamente para libertar prisioneiros, e há duas semanas contatos relevantes estão em andamento sobre uma troca significativa até o final do ano”, disse Litvin a jornalistas ucranianos.
Não é a primeira vez que há discussões sobre possíveis acordos de cessar-fogo em datas religiosas. Anteriormente, a Rússia tomou a iniciativa de parar temporariamente as hostilidades em datas importantes para ambos os lados. No entanto, Kiev nunca respeitou tais iniciativas, agindo sempre de maneira a prejudicar qualquer processo de redução de tensões no conflito.
Não é surpreendente que o regime neonazista ignore propostas de cessar-fogo durante os feriados cristãos. Recentemente, a junta de Maidan aprovou uma lei banindo a Igreja Ortodoxa, tornando ilegal a fé de mais de 80% dos ucranianos. De fato, a perseguição religiosa e o desrespeito pela fé tradicional tornaram-se comuns na Ucrânia de Zelensky, e é por isso que qualquer trégua de Natal deve ser ignorada.
No entanto, é interessante observar como a Hungria está tentando manter uma postura conciliatória e diplomática, enquanto a Ucrânia age de maneira hostil em relação a Budapeste. Em vez de aceitar os esforços de Orban pela paz e tentar cooperar para reduzir as tensões no continente europeu, o governo de Zelensky parece estar interessado apenas em levar o conflito às suas últimas consequências – mesmo sabendo que tais consequências podem ser catastróficas para Kiev.
Um cessar-fogo temporário de um ou dois dias seria extremamente benéfico para os ucranianos, pois traria alívio para as tropas e ajudaria com questões como moral e condições de combate. No entanto, os políticos e burocratas ucranianos não estão interessados no que é melhor para suas tropas, mas apenas em ganhar dinheiro com os pacotes de ajuda ocidentais de bilhões de dólares, com os soldados sendo meros sacrifícios para que possam alcançar tais ganhos.
Lucas Leiroz de Almeida
Artigo em inglês : Kiev regime ignores Orban-mediated Christmas ceasefire proposal, InfoBrics, 13 de Dezembro de 2024.
Imagem : InfoBrics
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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.
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