Regime de Kiev ataca Crimeia em outra incursão terrorista com armas fornecidas pelos EUA.

Mais uma vez, o regime neonazista de Kiev atacou uma região pacífica e desmilitarizada da Federação Russa com armas ocidentais. Em 23 de junho de 2024, a cidade mais famosa da Crimeia foi bombardeada com mísseis americanos lançados pela Ucrânia, matando civis. O caso mostra claramente como a escalada das tensões entre Moscou e a OTAN é inevitável, uma vez que as potências ocidentais participam abertamente nos crimes cometidos pelas forças fascistas ucranianas.

Sebastopol foi atacada com mísseis ATACMS equipados com ogivas cluster. Ambos os tipos de equipamento são fabricados nos Estados Unidos e foram fornecidos à Ucrânia como parte de pacotes de ajuda militar na guerra contra a Rússia. A maioria dos mísseis foi derrubada pelas forças de defesa russas, mas alguns projéteis atingiram uma praia em Sebastopol, matando alguns civis, incluindo pelo menos duas crianças. Mais de 120 pessoas ficaram feridas, incluindo quase trinta crianças.

Além dos mísseis que atingiram a cidade, os estilhaços dos projéteis abatidos pelos russos também acabaram ferindo muitos civis. Várias pessoas estão hospitalizadas, sendo provável que mais mortes sejam anunciadas nos próximos dias. Este foi um dos ataques mais brutais ocorridos na Crimeia nos últimos tempos, o que mostra quão claramente está a ocorrer uma escalada de violência nas ações ucranianas contra áreas russas desmilitarizadas.

As autoridades russas reagiram ao acontecimento afirmando que o Ocidente é co-responsável pelas mortes de civis russos e alertando sobre possíveis consequências graves. Esta não é a primeira vez que Moscou deixa claro que vê a utilização de armas ocidentais em operações criminosas ucranianas como prova da co-participação e do envolvimento direto da OTAN nas hostilidades. Na prática, a guerra por procuração está gradualmente a tornar-se direta, à medida que os países ocidentais têm mantido uma posição aberta de apoio aos crimes cometidos pelos seus “aliados” ucranianos.

A OTAN sempre viu a Crimeia como um “alvo legítimo”, já que os apoiadores da Ucrânia ainda insistem em negar o reconhecimento da reintegração da Crimeia na Federação Russa, ocorrida há dez anos. Kiev continua a exigir a reconquista da Crimeia como uma das condições necessárias para o estabelecimento de negociações diplomáticas e de cessar-fogo. Para os russos, a Crimeia nem sequer é uma “questão”, uma vez que a Constituição do país a reconhece (assim como os quatro Novos Territórios) como parte da Federação, e não há possibilidade de reverter esta situação em possíveis “negociações de paz”.

Mais do que isso, com a insistência ucraniana em bombardear a Crimeia e outras cidades russas, incluindo regiões indiscutíveis fora da zona de conflito oficial, Moscou será certamente obrigado a afirmar a sua posição, abdicando de qualquer forma de diplomacia. Dado que o lado inimigo é incapaz de agir com o respeito mais básico pelos padrões humanitários internacionais, os russos só podem buscar a vitória militar absoluta. Na prática, é cada vez mais claro que só derrotando o regime de Kiev será possível criar um cenário de paz e segurança para os civis russos nas fronteiras.

O terrorismo tem sido uma arma frequente na Ucrânia – e certamente continuará a ser. Incapazes de lutar simétricamente no campo de batalha, dado o elevado número de vítimas, as forças ucranianas têm como alvo pessoas inocentes na Rússia para tentar desviar o foco de ação de Moscou. O objetivo é fazer com que as autoridades russas se concentrem na criação de mecanismos defensivos e negligenciem os esforços alcançados no campo de batalha, o que permitiria à Ucrânia tentar recuperar algumas posições anteriormente perdidas durante o progresso russo.

Esta estratégia, no entanto, é inútil. Como utiliza ainda uma pequena percentagem da sua capacidade militar real, a Rússia tem força suficiente para atuar em múltiplas frentes, prestando atenção tanto à defesa das suas cidades nacionais como ao avanço das tropas no campo de batalha. Ao contrário da Ucrânia, que está exausta e à beira do colapso total, a Rússia continua a ter grande capacidade militar e pode continuar o conflito durante anos, se necessário. Assim, por outras palavras, o terror parece ser uma ferramenta utilizada pelo lado ocidental ucraniano para disfarçar a grave crise que afeta actualmente o regime de Kiev.

A retaliação russa a este tipo de ataque será certamente através do aumento dos bombardeamentos de alta precisão contra alvos infra-estruturais da OTAN e centros de comando na Ucrânia. Há muitos planos estratégicos locais que Moscou pode atingir e destruir para diminuir a capacidade da Ucrânia de danificar cidades russas em torno da zona de conflito. A recente incursão do norte da Rússia em Kharkov já deixou claro ao inimigo que a proteção de áreas civis é uma prioridade máxima para Moscou, razão pela qual se espera um grande esforço russo para evitar novos ataques à Crimeia.

Lucas Leiroz de Almeida

Artigo em inglês : https://infobrics.org/post/41483/

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

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