Presidente da Polônia Condena Expressões da Ultra-Direita no Dia da Independência
Andrzej Duda afirmou que em seu país não há lugar para xenofobia, antissemitismo e “nacionalismo doentio”. Mas nada parece conter o terrorismo branco-religioso ocidental.
O presidente polonês tem condenado o ódio expressado na manifestação massiva do último dia 11 em Varsóvia pela independência da Polônia em 1918, organizada por grupos de ultra-direita em que prevaleceram, entre cerca de 60 mil participantes, discursos xenófobos, racistas e religioso-extremistas.
Enquanto líderes e diplomatas poloneses em alguns lugares do mundo, inclsive no Brasil, tentam desmentir o caráter agressivo da manifestação pública no país europeu oriental baseada na supremacia branca e na aversão às diferenças étnicas e religiosas, a condenação do chefe de Estado da Polônia, o ultra-conservador Andrzej Duda, foram as mais duras até agora enquanto, em território polonês, a discussão segue intensa entre membros do governo e na própria sociedade em relação à natureza xenofóbica da passeata.
Embora tenha contado com a participação pacífica de famílias, a comemoração pelos 99 anos da independência dos impérios austro-húngaro, prussiano e alemão ao final da I Guerra Mundial, foi até o final coordenada por grupos declaradamente nazi-fascistas que, entre outras coisas, bradavam: “A Europa será branca ou inabitável”, “Sangue puro, mente esclarecida”.
Uma grande faixa trazia a inscrição “Deus Vult” em letra gótica que, em latim, significa “Deus quer assim”, lema utilizado na Primeira Cruzada “cristã” no século XI quando o exército religioso europeu assassinou islamitas e judeus na chamada Terra Santa. Este brado tem sido constantemente repetido na Europa nos últimos anos pela direita radical, a fim de manifestar repúdio ao Islã.
Determinado manifestante entrevistado pela TVP, rede de TV estatal local conservadora e pró-governo Andrzej Duda, de ultra-direita, disse: “Tire os judeus do poder!”, “Grande marcha de patriotas”. Em suas transmissões, a TVP descreveu o evento como aquele que atraiu a maioria dos poloneses comuns expressando amor pela Polônia, não pelos extremistas.
Enquanto o presidente Andrzej Duda tem afirmado que não há, em seu país, lugar para xenofobia, nacionalismo patológico e antissemitismo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, qualificou o evento de “perigosa marcha de elementos extremistas e racistas”.
A sável incantentativa de se construir uma outra narrativa em relação às mais manifestações nazistas na Polônia, aplicando-a um caráter pacífico como tem feito o MBL (Movimento Brasil Livre) através da manipulação das informações, deve-se exatamente ao projeto ocidental de demonização das diferenças, especialmente dos muçulmanos e árabes em geral a fim de que os porões do poder imperialistas do lado de cá do mundo deem prosseguimento à agenda coercitivo-expansionsta baseada na propalada “Guerra ao Terror”, faxina étnica e Cruzada moderna sob verniz moralista.
Diante disso, não supreende o profundo interesse do próprio MBL na questão polonesa, já que o movimento é financiado por bilionários norte-americanos enquanto a Polônia tem sido nos últimos anos a maior parceira de Washington na Europa, e ainda mais: nas proximidades da fronteira russa.
Edu Montesanti