Por Que o 11 de Setembro Ainda Importa

Ao contrário do senso comum imposto pela mídia serventuária das grandes corporações que a sustentam, atentados de 11/9/2001 mais que nunca importam porque o mundo se torna cada vez mais belicoso, liberdades civis são restringidas enquanto provas tecnocientíficas contradizem versão oficial envolvendo o dia que mudou curso da história, pelo qual milhões de vidas têm sido sacrificadas

O Senado norte-americano pressiona a Casa Branca para que torne público o documento de 28 páginas ainda sob sigilo envolvendo os atentados de 11 de Setembro de 2001, os quais, segundo fontes norte-americanas que tiveram acesso a eles, incriminam o governo saudita por ter desempenhado participação naqueles ataques, através de apoio direto aos suicidas.

Um projeto de lei no Congresso, com raro apoio bipartidário conhecido como Justiça contra Patrocinadores do Terrorismo, visa retirar a Arábia Saudita da imunidade soberana contra ações judiciais decorrentes do 11 de Setembro. Liderada pelo senador Chuck Schumer do Partido Democrata, que poderia condenar o reino saudita responsável por seu papel nos ataques do 11 de Setembro através do financiamento dos sequestradores até o momento em que estes chocaram os aviões contra os edifícios em Nova Iorque e em Washington. Dos 22 co-apoiantes da lei 12 são republicanos, e 10 democratas.

O presidente Barack Obama, por sua vez, manifesta-se frontalmente contrário à liberação do “28 pages”, como o arquivo é comumente chamado nos Estados Unidos. O mandatário norte-americano, cujo regime mostra-se eterno refém dos sauditas e dos sionistas por motivos óbvios, tem tentado obstruir a aprovação da lei no Congresso afirmando que ela abrirá perigosos precedentes dentro dos Estados Unidos: segundo Obama, colocará os norte-americanos em risco legal no exterior, já que tanto o regime de Washington poderia ser julgado por tribunais estrangeiros.

Obama visitou a Arábia Saudita no último dia 20: não foi recebido no aeroporto de Riad pelo rei Salman, autoridade máxima do reino. Este, rompendo o protocolo internacional, esperava pelo presidente norte-americano em seu palácio. Um claro sinal de descontentamento e advertência que já havia sido mandada de maneira bem direta e drástica dias antes.

A Arábia Saudita, maior aliada do regime de Washington no Oriente Médio, ao lado de Israel e maior potência petrolífera regional, ameaçou a Casa Branca: se a lei for aprovada, a Casa de Saud retirará seus ativos de 750 bilhões de dólares nos Estados Unidos em vez de ver os bens congelados por processos judiciais, o que é altamente provável que ocorra caso o Congresso leve adiante o caso.

“É atormentador pensar que nosso governo vai apoiar os sauditas em detrimento dos seus próprios cidadãos”, disse Mindy Kleinberg, cujo esposo morreu no World Trade Center em 11 de setembro de 2001.

A sociedade estadunidense é amplamente favorável à liberação das 28 páginas: segundo recentes pesquisas do instituto Rasmussen Reports, 74% dos mil cidadãos entrevistados querem que o governo as desclassifique.

De maneira organizada nas mais diversas associações, como 9/11 FamiliesArchitects and Engineers for 9/11 TruthPilots for 9/11 Truth,9/11 Truth etc, exercem forte pressão (um tanto isolados) desde os dias subsequentes ao 11/9 para que as inúmeras contradições envolvendo a versão oficial, entre diversas provas técnico-científicas que a invalidam por completo, sejam devidamente levadas à Justiça. E lutam por espaço midiático, a cada ano mais negado que deságua na indiferença societária em geral.

Porões do Poder: Hipervalorização da “Guerra ao Terror”, Aversão a Se Questionar a Causa, o 11/9

Mas por que, de maneira tão contraditória, dá-se hoje considerável valor à “Guerra ao Terror” e já quase nenhuma importância àquilo que levou o mundo a este tenebroso cenário, isto é, o próprio 11 de Setembro que saiu, há muito, das páginas e das telas dos noticiários mundiais? Tão paradoxalmente ao próprio “horror” gerado pelas quedas das Torres Gêmeas, transmitidas em tempo real para todo o planeta – o frenesi foi tão grande naquele dia, que jornalistas da CNN e da BBC “miraculosamente” anteciparam, em uma hora, a queda da Torre Sul: ela não havia vindo abaixo anida… (vídeos do furo profético que o jornalismo messiânico, estadunidense e britânico, nunca explicaram, mais abaixo).

Contudo, seguiu valendo eternamente o “furo” jornalístico e, certamente, mais audiência além da sensação de histeria coletiva e, decorrente disso, a justificativa para que George Bush declarasse unilateralmente guerra contra um Estado que nunca havia atacado o seu e nem lhe apresentava ameaça (Afeganistão), de uma catedral dois dias depois ao lado de um padre, um pastor e um rabino. Contrariando, assim, a Constituição de seu país e todas as leis internacionais.

Propaganda do Terror e Apatia sobre o que Mais Importa
Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, mais graves em solo estadunidense em toda a história, tornaram-se logo um tabu entre as sociedades mundiais. Cada qual com suas especificidades. Por incrível que possa parecer, isso se dá mesmo entre líderes islamitas em diversos pontos do globo, exatamente a comunidade que mais tem sofrido com aquele dia que mudou o curso da humanidade em todos os cantos do planeta, das mais diversas maneiras que se fazem sentir nos mínimos detalhes da vida cotidiana, embora poucos tenham consciência disso.Tal alienação possui remetente bastante certo: os poucos tomadores de decisão global (que foram os maiores beneficiados com o 11 de Setembro) e seus porta-vozes, manjados mas que insistem (sob aceitação generalizada) em pautar bilhões de mentalidades mundo afora, isto é, o oligopólio midiático de desinformação das massas a serviço das grandes corporações sobretudo petrolíferas, farmacêuticas e armamentistas.

Pois são esses mesmos poderes obscuros que manipulam e controlam mentes a ponto de produzir bandeiras falsas, tática milenar que consiste em produzir terror a fim de impor políticas de linha-dura e mais controle social, além de reaquecer economias através, exatamente, das multibilionárias indústrias bélica e farmacêutica e, neste caso particular, servir como pretexto para promover novas invasões e perpetuar a permanência na região mais rica em petróleo do planeta. Criam problemas para vender efêmeras soluções. Simples assim.

Desta maneira, os mesmos que produzem desgraça imputam no imaginário coletivo que se insistir na memória (que leva à acurada investigação e à verdade dos fatos que pode, finalmente, trazer justiça) é desnecessário e até mesmo maléfico, fechando assim cada indivíduo em seus próprios problemas que, não há como fugir disto, são em grande medida natural consequência daquilo que tanto tentam renegar.

A propaganda do terror tem bombardeado o subconsciente coletivo através do “jornalismo” e do cinema, ao estigmatizar islamitas especialmente árabes, inversamente proporcional à atenção às vítimas do 11/9 e da subsequente “Guerra ao Terror”.

Pois na era da obsessão por rapidez que se estende à busca por publicações breves, a manipulação da informação e do imaginário societário é exercida com muito mais facilidade – a bestialidade midiática que produz cidadãos bestas, que retira a consciência, a mínima noção do momento histórico mundial ilhando indivíduos entre as terras da indiferença e do individualismo. Exatamente na era da “informação” global e em tempo real, provavelmente mais dessituados que nunca.

Até, é claro, que a desgraça bata à própria porta. Imposta pelo poder estabelecido e sua mídia de desinformação, a apatia é uma droga letal, mais poderosa arma de destruição em massa de personalidades, de almas até atingir, inevitavelmente, corpos assassinados seja pelas práticas desse mesmo poder estabelecido, ou através das doenças psicossomáticas decorrentes dessa droga, imposta e poderosamente viciante, atingindo ano a ano bilhões de vidas humanas.

O 11/9, Mais que Nunca, Importa a Toda a Humanidade

O 11 de Setembro mais que nunca importa porque nos aeroportos, nas estações de transporte público, até mesmo em instituições de ensino e nos mais diversos estabelecimentos, particulares ou não, aquilo que foi muito mais que um dia qualquer, aceitemos ou não, exerce influência profundamente negativa jamais vista na história.

O infame 11 de Setembro deve estar na pauta do dia político, midiático, econômico e cidadão porque a consequência dessa mudança na rotina e no estado de espírito de cada cidadão em cada parte do globo, é a restrição desmedida às liberdades civis: o mundo tornou-se um lugar muito mais inseguro quase 15 anos depois, sob constante alarme vermelho, em que todo indivíduo pode ser considerado culpado e, por conseguinte, até preso, torturado e assassinado pelas forças de defesa dos Estados nacionais até que seja provada sua inocência (o que geralmente ocorre, mas raramente vira notícia).

O 11 de Setembro deve mais que nunca importar porque sua consequência é a ainda mais infame “Guerra ao Terror”, destruindo economias nacionais e assassinado em diversos países milhões e milhões de cidadãos inocentes das mais diferentes nacionalidades, não apenas através das “bombas inteligentes” das Forças de Coalizão lideradas pelo regime de Washington no Oriente Médio (regime que se livrou temporariamente da crise econômica em 2001, graças à indústria bélica), mas também por policias e exércitos nacionais da Ásia à América, passando por Oceania e Ásia.

O 11 de Setembro importa porque os Estados Unidos aumentam ano a ano gastos militares em detrimento de investimentos sociais (saúde, educação, etc), o que torna o mundo mais perigoso não apenas porque os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo, e portanto exerce grande influência global levando outras nações a adotar a mesma política belicista, mas porque Tio Sam comumente sentencia através de todos os escalões de sua política, entre elites locais e fantoches internacionais: “Sem nós, o mundo não pode fazer nada”.

O 11 de Setembro deve ser devidamente levado a sério porque as provas e os familiares das vítimas do 11/9 continuam sem resposta. E por extensão, seguem sem resposta todos os familiares indiretos do 11/9, consequência da “Guerra ao Terror” que já matou milhares de vezes mais que o próprio 11/9.

Se no Brasil ter-se consciência disso tudo (bem longe de ser pouca coisa), especialmente entre os mais “patriotas” (“problemas deles”, “vida deles”, um “raciocínio” desgraçadamente comum) ainda é insuficiente para que se dê o devido valor ao 11 de Setembro como questão envolvendo a vida de cada um de nós, lembre-se que dois brasileiros foram mortos como consequência daqueles atentados: o mineiro Jean Charles de Menezes (27), assassinado pela Scotland Yard em uma estação de metrô de Londres em 2005, confundido com terrorista islamita (fato corriqueiro ao longo destes mais de 14 anos de “Guerra do Bem contra o Mal”), e o brilhante diplomata Sergio Viera de Melo, então na ONU morto em agosto de 2003 em explosão até hoje mal explicada em Bagdá (Viera de Melo opunha-se frontalmente à invasão norte-americana ao Iraque, o que gerou aberto desconforto entre funcionários da administração de Bush).

Não há escape a ninguém por mais confortante que seja às muitas mentalidades a indiferença em relação ao 11/9, e que envolveu todo o mundo na imoral “Guerra ao Terror”, maior mentira e mais letal empreitada belicista da história da humanidade. Para entender o momento histórico da humanidade, e poder encontrar saídas pacíficas, é fundamental que se tenha compreensão do dia que mudou sua história e que a trouxe a um mundo mergulhado em medo e em gastos militares como jamais antes.

Por isso tudo, é desolador ter de reconhecer mas não há como a humanidade fugir do 11 de Setembro: aquele deve ser enfrentado, devidamente investigado, esclarecido e os culpados, punidos. Em nome da paz, da liberdade, da segurança e da autodeterminação dos povos. Do contrário, parafraseando Karl Marx, a trágica história de estratégias de tensão fatalmente continuará se repetindo como temos visto se espalhar. mundo afora.

Edu Montesanti


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