Mídia Alternativa ou Tendencionismo Alternativo?
"Quando o povo teme o governo, há tirania; quando os governos temem o povo, há liberdade", Thomas Jefferson
O que se anda considerando mídia alternativa no Brasil acompanha a baixíssima estatura intelectual e a politicagem mais descarada que marcam este país. Aproveitando-se dessa atmosfera insuportável – aí está a trágica realidade para, mais que nunca, não nos deixar mentir -, os barões de saitecos, jornalecos e revistecas travestidos de alternativos, vendem implicitamente em sua prática do antijornalismo a paupérrima ideia de que o são por noticiar, sistematicamente, apenas um lado da questão e por serem tendenciosos , pendendo para um lado diverso da tão combatida grande mídia podre. Apesar do verniz livre e independente, contudo, em nada se diferenciam dos que com tanta fúria combatem – e cerceiam a liberdade de expressão de jornalistas decentes tanto quanto a grande mídia, apenas por contrariar os interesses político-partidários que os sustentam. E creia-se: nas editorias de grande parte da midia “alternativa” o que há de indivíduos recebendo o famoso jabá do Partido dos Trabalhadores, em outras palavras esfregando na cara de seus colegas menos favorecidos o socialismo enquanto gozam do capitalismo mais podre, é uma enormidade nojenta!
O que caracteriza mídia alternativa NÃO é o fato de noticiar as últimas tendências, por exemplo, do PT, PSTU, PSoL e por aí vai, nem defender causa a ou b nem necessariamente acionar constantemente o trombone contra a grande mídia, mas sim a prática jornalística baseada nas palavras de Michel Foucault, “não é através da ideologia que se molda o social, mas através da verdade”: simples assim! Tais palavras resumem perfeitamente os quatro princípios básicos da prática jornalística: objetividade, transparencia, ética e imparcialidade.
Para ficar ainda mais fácil para que os leitores identifiquem o que é e o que nao é mídia alternativa: os que babam ovo para declarações e promessas de políticos, no mínimo comece a desconfiar, considerando seriamente a possibilidade de se tratar de panfletagem polítca travestida de jornalismo “alternativo. isso porque o jornalismo de verdade policia, fiscaliza, investiga, critica, causa medo ainda mais no Brasil, antro de politiqueiros demagogos e adeptos, em todos os espectros, do típico e gritante vira-latismotupiniquim baseado no profundamente irritante, indignante “todo mundo faz”, ou ainda “é asim mesmo”, pois, afinal de contas, “não tem outro jeito”.
Como disse Thomas Jefferson: “Se me fosse deixado decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não hesitaria, por algum momento, em preferir o último”. E aqui vai outra dica: existe mais semelhança da mídia “alternativa” brasileira com essas observações de Jefferson, feitas no início do século XIX, ou ela está mais para a cara de “algum” grande partido de “esquerda”, hein?! Pois é. E isso não é, em si, nada alternativo! Ser tendencioso alternativamente não é nem pode se tornar sinônimo de jornalismo alternativo, Brasil! Basta de cinsimo neste país!!
Exemplo de tendencionismo alternativo: noticiar campanhas presidencias de Luiz Inácio’ 2018 Brasil afora, inclusive portando alegremente chapéuzinho de nordestino, porém “pular” quando este divide, na mesma região brasileira, palanque com figuras tétricas como o senador Renan Calheiros, valendo ao pai do golpe contra Dilma Rousseff o título lulista de ser admirável e corajoso.
Tomemos como exemplo a mídia alternativa norte-americana, em geral não tão alternativa quanto se proclama, especialmente Truth Out que além de se recusar a abordar as contradições e mentiras do 11/9, os crimes dos Estados Unidos no Oriente Médio mais a fundo e possuir um forte aspecto de Hillary Clinton, por outro lado tem uma cara bem menor partidária que a brasileira, esta enormemente escancarada, o que é sofrível. Em geral, a prática da mídia alternativa global é bem diferente daquela praticada no Brasil, voltando-se muito mais a ideias, projetos e à verdade dos fatos, que a “determinado” partido político.
Portanto, noticiar sistematicamente promessas de campanha de um candidato que se identifica mais com as causas sociais, por exemplo, não caratcteriza uma mídia alternativa, mas o quanto se dá voz a todos os outros, discutindo-se a questão em seu contexto mais amplo, e de maneira crítica como manda o jornalismo. Qualquer otra coisa que fuja disso é panfletagem disfarçada de paladinos da verdade e da justiça jornalística ou, no português mais claro, sem vergonhice, a outra face de uma mesma meda politiqueiro-midiática. E repita-se: há jornalistas “socialistas” desta estirpe empesteando aos montes as Redações da tal mídia “alternativa” tupiniquim de péssimo gosto, e pouqíssimo eficaz: aí está a realidade….
“Quando a liberdade é retirada à força, pode ser restaurada à força; se renunciada voluntariamente, pela omissão, jamais será recuperada”, Dorothy Thompson.
Bái, bái, Brasil!
Edu Montesanti
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