Guerra de informação – o que será isso?
Governos e grandes corporações controlam, ou pelo menos tentam manipular, a opinião pública e os processos do debate na comunidade através da comunicação midiática. Os governos e as grandes corporações conduzem a guerra de informação através do uso de comunicações de massas da mídia. Como em outros acontecimentos geopolíticos esse foi o caso com o protesto anti-governamental na Ucrânia, seguido do golpe de estado de fevereiro 2014, em Quieve. Essa guerra de informação é uma disputa onde as redes internacionais de notícias, e os maiores jornais, agem como exércitos onde a mídia é usada como arma maior, sendo que a linha de frente é o espaço interactivo conhecido como a esfera pública. Frequências de radio, feeds de satélites, social mídia, fazer uploads de celulares, ou de telefones moveis, redes de comunicação, e a internet, tudo isso faz parte dessa guerra.
Guerra de informação – o que será isso?
Diferentes tecnologias e modos de comunicação são usadas para dar força a certos temas no conflito. O tipo de linguagem, as palavras selecionadas, particulares expressões, e imagens específicas, apresentações multimidiática, e comunicação, são as armas dessa guerra.
O objetivo dessa guerra é poder usar o discurso, ou seja as idéias e informação para influenciar populações através do mundo e estabelecer um total monopólio do fluxo da informação, da percepção das audiências, e do processo discursivo formando o mundo moderno. Aqui entra que nos seus fundamentos hoje em dia o poder e as relações estão sendo realizados através da comunicação midiática.
As mensagens e as ideias para a comunicação de massas são construidas por aqueles que controlam a mídia que irá então depois transmitir essas mensagens e idéias para construir as percepções das audiências. Como o conhecimento da maioria das pessoas, na maior parte das sociedades modernas, é formado pelos meios de comunicação de massas, a mídia está sendo usada para levar as audiências a formarem certas opiniões, isso sendo então porque as pessoas fazem suas decisões baseando-se nos seus conhecimentos. Isso poderá ser feito de maneira súbtil, ou através da contínua repetição das mensagens.
As mensagens sendo passadas as audiências das correntes principais da mídia, e das redes de informação, são de uma maneira geral uma forma de ação porque a distribuição por esses canais toma em consideração as reações das suas audiências antes que a informação seja propagada. As reações que consideram incluem tanto reações físicas como outros processos materiais. Isso também inclui considerações a respeito de potenciais ações de protestos como uma reação a informação sendo distribuida, assim também como reações de considerações econômicas, como retiradas de investimentos, desvalorização de moedas e ou movimentos no mercado.
Monopolizar a narrativa sendo apresentada ao público, desacreditando narrativas alternativas ou rivais, sejam elas sanas ou falsas, é um aspecto importante da guerra de informação. Se bem que esse tipo de guerra não seja novo, essa está se tornando cada vez mais sofisticada e intensiva, tornando-se denominadamente então numa importante táctica usada como instrumento de guerra não convencional, o que está se apresentando cada vez mais como uma característica desse século.
O tipo de gerenciamento de informação que as maiores redes de notícias tentam criar, sejam essas redes particulares ou públicas, é o que cientistas sociais denominam como senso comum, o qual inclue por definição suposições, as quais irão [de acordo com o que a ciência do comportamente humano hoje acredita] dirigir as reações e ações das audiências, em direção a específicos objetos e situações. Esse senso comum que querem construir não se basearia então em fatos reais existindo no mundo real, mas seria formado [artificialmente] através do que a mídia vem, premeditadamente repetindo e apresentado como fatos reais e conhecimentos convencionais, quando não o são. A apresentação das situações internacionais, através de mensagens profundamente politizadas comunicadas as audiências, levaram a suposições e depois a atitudes baseadas no adquirido senso comum, que acabou por acreditar que os muçulmanos xiitas e sunitas são inimigos inconciliáveis, que Hugo Chavez foi um autocrata, ou de que existiria um abismo de profundo ódio entre sérvios e croatas. Nenhuma dessas suposições se baseiam na realidade, mas foram aos poucos sendo consolidadas como cânones, ou seja normas e regras a serem respeitadas. O objetivo que aqui foi alcançado implica que falsas suposições foram tomadas por verdades fundamentais, as quais agora dirigem então a compreensão de muitos segmentos da audiência internacional, quanto a questões globais fundamentais.
Ainda mais, em muitos casos essas mensagens, as quais são comunicadas abaixo do disfarce de uma neutral não política objetividade, impedem que grandes segmentos da sua audiência não se perguntem quanto aos motivos e implicações das notícias sendo transmitidas.
Correntemente a Ucrânia é uma frente de guerra, assim como o são também a Síria e a Venezuela, nessa global guerra de informação a qual se reflete através das batalhas das redes de notícias internacionais. O objetivo dessa guerra midiática é assegurar e gerenciar a opinião pública, tanto nacional como internacional, por ex. em apoio ao golpe realizado em Quieve e ao governo de transição resultante do mesmo.
Guerra Midiática Internacional: recuo da BBC World e CNN Internacional
Os Estados Unidos costumavam ter quase que o monopólio da disseminação da informação na mídia internacional, mas isso foi mudando no decorrer dos anos de quando países como a Rússia, Irã, China e Venezuela, respectivamente foram montando redes internacionais de notícias como a Russia Today, RT- (Rússia Hoje), Press TV, Televisão Central Chinesa (CCTV) e a panlatinoamericana La Nueva Televisora del Sur (teleSur) – para desafiar as redes midiáticas internacionais dos Estados Unidos e seus aliados. Tem-se então aqui agora que essas novas redes midiáticas internacionais antiestabelecimento – se assim puderem ser descritas – da Rússia, Irã, China, Venezuela, e de outros países, coletivamente começaram a desafiar o ”status quo” da mídia internacional.
As narrativas predominantes sendo apresentadas pelas dominantes redes de notícias internacionais, especialmente a em Atlanta baseada ”Cable News Network” (CNN) e a britânica estatal British Broadcasting Corporation (BBC) que tinha quase que monopólio na cena internacional, foram lentamente desgastadas. Usando as palavras do Presidente da Rússia Vladimir Putin, do quando visitando os estúdios da RT em Moscou, em junho de 2013, ( Moscow studios of RT in June 2013 ) a tarefa das redes de notícias internacionais antiestabelecimento, como a RT, seria a de tentar quebrar o monopólio Anglo-Saxão nas correntes globais de informação.
As mais novas redes internacionais de notícias, como a RT e a Press TV, tornaram-se tão efetivas em desafiando o discurso e pontos de vista sendo propagados pelas principais redes de notícias como a CNN, BBC, Fox News, e Sky News, que personagens oficiais começaram a reconsiderar as suas estratégicas midiáticas e a examinar vias para desafiar e invalidizar as redes de notícias internacionais desafiando seu controle sobre o fluxo da informação. As medidas tomadas pelos Estados Unidos e seus aliados incluiram o bloqueio da versão em inglês da Press TV, ( the blocking of the English-language Press TV ) a versão em lingua árabe da Al-Alam, e outras estações estatais do Irã na Europa e em outros lugares.
O quase monopólio que os Estados Unidos e a Inglaterra gozavam na arena internacional foi claramente quebrado de quando em 2011 muitos tele-expectadores começaram a diversificar suas fontes de informação. Estações como a CNN e BBC foram fortemente desacreditadas de quando das suas coberturas da US-liderada guerra da OTAN contra a Jamahriya Árabe da Líbia.
A de então sexagésimo-sétima secretária de estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, foi forçada a publicamente explicar o importante papél da comunicação de massas que as redes de notícias internacionais tinham quanto ao sucesso, ou não, da política externa dos Estados Unidos. Enquanto frente a um comité do Congresso, encarregado da gestão dos negócios estrangeiro no Congresso dos Estados Unidos, em 2011, Clinton declarou que Washington estava perdendo a guerra de informação na arena internacional. Ela disse ao comité que estava testemunhando que os Estados Unidos tinham que retroceder ao estilo midiático das transmissões da Guerra Fria, e a outros métodos de alcance, enquanto requerindo-se a necessidade de aumento de fundos para as operações midiáticas dos Estados Unidos para que essas pudessem deslanchar uma guerra de informação contra a mídia estrangeira apresentando mensagens divergentes das dos Estados Unidos. Ela apontou para a RT, sem a denominar diretamente, descrevendo-a como o canal da lingua inglesa dos russos, acrescentando que isso seria então muito instrutivo.
A Secretária Clinton lamentou-se de que os Estados Unidos e a estatal BBC estavam diminuindo suas operações midiáticas internacionais e que Washington precisava reverter esse processo ”para conseguir anunciar a mensagem da América”. Entretanto, ela estava errada quanto a diminuições de atividades midiáticas dos Estados Unidos e da BBC. O problema não seria exatamente a falta de recursos. O número decrescente de audiências sintonizando, ou não, em estações como a CNN Internacional ou BBC World, esse sim é o real problema.
As declarações de Clinton estavam dando eco a Diretoria de Transmissão de Rádio e Televisão -(Broadcasting Board of Governors US federal Agency)- uma agência federal dos Estados Unidos, a qual administra a Rádio Free Europa [Radio Europa Livre], Voice of America -VOA [Voz da América], Alhurra no Iraque, assim como todas as outras transmissões internacionais administradas pelo estado nos Estados Unidos. Walter Isaacson, presidente da Diretoria de Transmissão de Rádio e Televisão, acima mencionada, tinha declarado alguns meses antes que os Estados Unidos estavam empreendendo uma guerra de informação, e que a ”América não podia deixar que seus inimigos a deixassem por fora na área da comunicação” ”- America cannot let itself be out communicated by its enemies.” Isaacson que é ex-diretor presidente da CNN também pôs ênfases no fato de que ”a distribuição de notícias, indo da direção ao público tinha de ser completada com uma nova abordagem que usasse as redes sociais como catalizadores.” É muito importante manter isso em mente de quando considerando as interrelações entre protestos antigovernamentais, as redes sociais, e as principais vertentes da mídia convencional.
Enquanto apresentando a declaração da Secretária Clinton em 2011 a respeito dos Estados Unidos estarem envolvidos numa guerra global de informação, a cobertura da mídia convencional nos Estados Unidos a respeito dessas declarações de Clinton foram selectivas e distorcidas, para dar uma imagem inocente e amigável do governo dos Estados Unidos trabalhando para se comunicar com o mundo exterior. Em vez de fazer qualquer reflexão a respeito, ou uma substancial análise de que o que estava acontecendo em Capitol Hill era um debate entre os representantes oficiais dos Estados Unidos a respeito de aguçar a propaganda dos mesmos no exterior, assim como a dominância da informação a qual deveria então, abaixo dessas condições, ficar disponível para o público internacional, a mídia dos Estados Unidos ou encobriu o conteúdo lógico das declarações da Secretária Clinton ao Congresso, ou completamente omitiu todo o acontecido.
O Washington Post (The Washington Post ) por exemplo, nem tentou fazer qualquer reportagem que analisasse o que Clinton e os senadores dos Estados Unidos estavam discutindo. Quando o Senador Richard Lugar, um conhecido gavião de guerra e expansionista militar, disse que as operações da Diretoria de Trasmissão de Rádio e Televisão ”continuava a ser uma importante força diplomática para colocar nossa mensagem no mundo”, Joby Warrick, reporter do Washington Post, ganhador do prêmio Pulitzer, nem mesmo elaborou, ou deu maiores detalhes que mostrassem que o que Lugar estava falando a respeito, era que os Estados Unidos exerciam seu poder sobre outras nações através de usar a mídia para influenciar esses governos através de um influxo de informação, feita sob medida, para as populações desses países.
A passividade demonstrada pelas principais vertentes da mídia de quando da cobertura do testemunho de Clinton frente ao Congresso é de maneira geral justificada por uma falsa objetividade. Isso é regra e norma quando se trata de questões importantes envolvendo governos, corporações, empresas, indivíduos, ou entidades, que essas vertentes da mídia não querem criticar, subverter, ou minar. Dizem então que os fatos estão simplesmente sendo reportados sem distorção, parcialidade, ou interpretações subjetivas.
A cobertura do evento nas principais vertentes da mídia nos Estados Unidos seria certamente muito diferente se fosse o caso de um representante oficial russo testemunhando frente a um comité do parlamento russo, a Duma, que falasse a respeito do uso da mídia russa para influenciar países estrangeiros. Não se aplicam os mesmos padrões quando tratando-se de entidades midiáticas rivais. Ao contrário, aqui tem-se de repente reportagens assertivas e dogmáticas a respeito das notícias sendo apresentadas, além de ataques diretos para subverter e minar as decisões, assim como as ações das entidades midiáticas rivais. Tudo isso então sendo feito em nome do jornalismo investigativo e da análise crítica.
A mídia ocidental ataca violentamente a iraniana, chinesa e russa pelo fracasso na Síria
Conquanto aqui já se tivesse uma guerra de informação em andamento, uma guerra midiática muito mais nítida e distinta surgiu em 2011. A guerra da OTAN contra a Líbia, (The NATO war on Libya ) onde as redes de notícias internacionais fizeram um importante papél, jogou luz alta nisso tudo. As novas redes de notícias anti-estabelecimento tinham amadurecido o suficiente para poder desafiar a propaganda dos Estados Unidos e providenciar interpretações alternativas que desafiavam a legitimidade das transmissões da CNN e BBC, chegando mesmo a ferir a credibilidade dessas o que veio a diminuir assim as suas audiências, tanto nacionais como internacionais. Entretanto, a Líbia foi só o começo do processo, enquanto a Síria veio a mostrar claramente que um conflito aberto e intenso entre as redes de notícias estava sendo lutado pelas suas versões em inglês, árabe e espanhol. A efetividade das redes midiáticas anti-estabelecimento em desafiando a perspectiva das redes como a CNN, BBC, Fox News, e Al Jazeera a respeito da Síria, demonstraram claramente que os dias do estrangulamento do fluxo de informação, liderado pelos Estados Unidos, já fazia parte do passado.
A mídia dos Estados Unidos, assim também como a britânica, começaram a criticar muito abertamente as redes midiáticas internacionais chinesas, iranianas, e russas, pelas suas reportagens sobre a Síria desde o começo de 2012. A BBC afirmou, erradamente, como um dos seus títulos ilustra, que ”Sómente a mídia chinesa e iraniana tinham apoiado o veto na ONU a respeito da Síria” (Chinese, Iranian press alone back UN Syria veto ) em 6 de fevereiro de 2012, enquanto Robert Mackey do New York Times era da opinião, como o título do seu texto ilustrava, que ”A crise na Síria mostra-se muito diferente em canais de satélites pertencendo a Rússia e ao Irã” (Crisis in Syria Looks Very Different on Satellite Channels Owned by Russia and Iran ) isso sendo uns dias mais tarde, em 10 de fevereiro de 2012. Atacando violentamente as perspectivas da mídia chinesa, iraniana e russa, a mídia dos Estados Unidos, e a britânica, omitiram os segmentos da mídia africana, árabe, asiática, européia e latinoamericana que compartilhavam o mesmo ponto de vista que a iraniana, chinesa e russa em países como a Algéria, Argentina, Belio-Rússia, Bolívia, Brasil, Cuba, Equador, El Salvador, Índia, Iraque, Líbano, Namíbia, Sérbia, África do Sul, Ucrânia e Venezuela. Enquanto tentando deliberadamente minar e diminuir o apoio que a Síria gozava vindo de um segmento da comunidade internacional de quando falando as suas audiências, a mídia dos Estados Unidos, e a britânica, não só trairam seus senhores, como também mostraram a frustração das agendas políticas dos que controlavam seus discursos e ações.
A guerra midiática reflete as rivalidades entre atores poderosos no mundo real. Portanto, não deveria vir como uma surpresa que tenha sido no mesmo tempo em que Hillary Clinton tinha começado a publicamente exibir a frustração dos Estados Unidos contra a mídia russa e chinesa que ela tenha começado a instruir seus companheiros de diversos ministérios do exterior, ou seja os ministros do exterior de outros países os quais estavam reunidos na conferência internacional de apoio a mudança de regime e operações militares contra a Síria, dizendo a esses que os russos e chineses teriam que ”pagar um preço” ( pay a price ) por se oporem as idéias dos Estados Unidos quanto ao significado do conceito ”progresso”.
Vale a pena rever a declaração de Clinton feita em julho de 2012 ( July 2012) de quando ela disse que: ”Eu não penso que a Rússia e a China acreditem que teriam que pagar um preço – qualquer que fosse – por estarem apoiando o regime de Assad. O único caminho para mudar isso seria que cada país aqui representado [na conferência] direta e sem demora fizesse claro que a Rússia e a China irão pagar por isso, porque estão a impedir o progresso – o estão bloqueando – e isso já se tornou intolerável!” (no longer tolerable). A definição de progresso na Síria, para Clinton, e isso tem que ser mencionado, significa mudança de regime em Damasco assim como uma campanha de bombardeamento militar contra os sírios. Ela estava exprimindo a raiva de Washington, porque ela fez essa declaração depois de Moscou e Pequin terem recusado a deixar que os Estados Unidos, a Inglaterra, e a França conseguissem que o Conselho de Segurança da ONU autorizasse uma guerra contra a Síria.
Depois de Washington ter demonstrado a sua fúria contra a Rússia por essa ter impedido uma mudança de regime na Síria, os Estados Unidos começaram a sériamente examinar caminhos pelos quais esses pudessem aplicar sanções contra os russos, assim como métodos para fazer as redes midiáticas internacionais russas de alvos na guerra midiática sendo empreendida, por eles. Essas considerações estão agora se materializando, ou sendo activadas, com a crise na Ucrânia. Os apelos para sanções contra a Rússia, entretanto, não seriam simplesmente o resultado da crise na Ucrânia; elas fazem parte de uma inclinação que Washington já vinha alimentando, assim também como até mesmo por deliberações que oficiais americanos estavam fazendo de como ”minar o mega acordo do negócio petróleo-por-mercadorias” ( to undermine the mega oil-for-goods trade deal ) que os russos e iranianos tinham negociado.
Como a mídia ocidental está enquadrando os atores na crise ucraniana
As principais vertentes da mídia seleciona quais serão as narrativas, e as mensagens, que irão entrar em circuito e dominar as conversas. Algumas vozes são permitidas a só serem ouvidas rápidamente, outras são excluidas, ou completamente ignoradas na conversa, enquanto circunstâncias que poderiam desafiar o que as principais correntes estão tentando por como um ramo, dentro do qual as coisas deveriam ser compreendidas pelas suas audiências, são em muitos casos deixadas por fora da conversa, ou trivializadas e desacreditadas.
Uma narrativa manipulada apoiando uma expansão União Européia-OTAN na Ucrânia está sendo construida através de uma realidade distorcida e falsa que então apresentam como sana e refletindo o que aconteceu em Quieve. O uso das sequências do vocabulário, ou as palavras que se relatam umas as outras, determinam o tempo do discurso a respeito dos protestos antigovernamentais, o que apresenta-se como muito ilustrativo. O Presidente Viktor Yanukovych é constantemente apresentado como corrupto, como mostra o sempre presente e constante focus da mídia em sua riqueza e na sua mansão ( the constant media focus on his wealth and mansion present ) isso além de sempre sublinhar que ele é pro-Rússia. Entretanto, os que estão protestando são apresentados como ativistas e democratas, sem que se aprofundem no passado dos líderes dessa oposição. [..que como sabemos pode até dar medo a qualquer um.]
As palavras e as frases indicam, ou para por isso francamente, desvendam a posição política das redes midiáticas.
As descrições e as mensagens são formuladas em bases de julgamento que transportam as posições das supostamente objetivas fontes midiáticas. Esse massivo transporte está se tornando cada vez mais numa imposição psicológica. As apresentadas perspectivas, valores, e posições relacionadas a uma realidade distorcida são gradualmente aceitas pelas audiências, uma vez que essas estão sendo continuamente bombardeadas pelos mesmos pontos de vista e falsas narrativas a respeito dos protestos antigovernamentais na Ucrânia.
A narrativa apresentando os ramos para o discurso, e as conversas, é que um regime corrupto, e pro-Rússia, tinha sido derrubado por uma revolução democrática [observe-se aqui então a contradição entre os termos do conceito]. Isso não tem nada a ver com o que realmente aconteceu. As mesmas fontes midiáticas apresentando Yanukovych como um autocrata corrupto, assim como uma pessoa de grande avidez, não sucedem em mencionar que pessoas da oposição, que eles apresentam tão favoravelmente, também podem ser milionários ou mesmo bilionários, tendo mansões, objetos de arte impagáveis, piscinas, coleções de carros, e muito vastas riquezas, quase que difíceis de se conceber. Elas também não sucedem em ao menos mencionar que principais líderes da oposição já tinham estado no poder, o qual perderam por má gestão e corrupção. Nem tão pouco sucederam em mencionar que os que agora tomaram o poder, isso eles o tinham feito através de um golpe de estado, o que por definição é ilegal e não aceitável. Quanto a Yanukovich ser pro-Rússia, qualquer fonte que mencione isso ou estará mentindo ou é completamente ignorante a respeito da política ucraniana; o partido de Yanukovych, o Partido das Regiões, dirige-se mais, mas não sómente aos russos étnicos, ou que usem a lingua russa na Ucrânia, (os quais realmente preferem a Rússia aos Estados Unidos), mas o seu partido não é de maneira alguma pró-Rússia, e esteve até mesmo adiantando uma cooperação com a OTAN tendo também desapontado seus constituintes por ter levado a Ucrânia para mais perto da união Européia, em vez de para mais perto da Rússia, depois das últimas eleições.
A vilificante linguagem sendo usada contra a Rússia e Vladimir Putin nessas reportagens é muito reveladora também. Ela revela as convicções e atitudes que esses ramos da mídia desejam projetar a respeito da Federação Russa e seu representante, Vladimir Putin. O Presidente Vladimir Putin está sendo apresentado como um autocrata e um brutal militarista. O passado dele como ex-KGB oficial é frequentemente referido com o objetivo de o demonizar, enquanto o passado de ex-CIA oficial de George H. W. Bush, quase nunca se mencionava, e se isso o fizessem isso seria feito de maneira passiva, ou positiva. A linguagem negativa que reservaram para o presidente Vladimir Putin, de quando falando sobre uma suposta invasão da Criméia, nunca foi usada por redes como a CNN ou a BBC para descrever qualquer que fosse presidente dos Estados Unidos ou altos representantes britânicos, envolvidos nas reais e de-facto invasões, e guerras [ilegais] contra o Afeganistão, Iraque ou Líbia.
Essas atitudes de quando enquadrando a apresentação da Rússia e do presidente Vladimir Putin baseiam-se em posições hostís quanto a Rússia como um rival econômico e geopolítico. Essa hostilidade está estruturalmente enquadrada nas estruturas do poder que controlam a comunicação de massas da mídia nos Estados Unidos e na União Européia. Os jornalistas, assim como outros empregados do sector midiático, consciente ou inconscientemente trabalham circundando os contornos subentendidos e, ou sabendo disso ou não, servem o objetivo de vilificar a Rússia, fazendo-a ser vista como ”o outro”, a ser vista como adversária, ou pertencendo a estruturas alheias, e não como próxima e amiga.
A mídia ocidental fez a RT e a mídia russa de alvo para poder controlar as narrativas sobre a Ucrânia.
Durante o começo das crises na Líbia e na Síria os Estados Unidos e seus aliados se negaram a admitir que estivessem apoiando militantes com pontos de vista desviantes e intolerantes, que muitos viam como ou da Al Qaeda, ou de forças afiliadas a essa. Com o tempo os Estados Unidos e seus aliados foram gradativamente obrigados a admitir que essas forças intolerantes e desviantes estavam ativas sim, na Líbia e na Síria. Esse reconhecimento feito pelos Estados Unidos e seus aliados foi resultado da campanha de informação realizada com sucesso pelas redes midiáticas dos aliados da Síria como o Irã, a China e a Rússia. A rede Al Jazeera, baseada em Qatar, com sua dominante posição no mundo árabe, saiu até chamuscada de quando canais como a Rusiya Al-Yaum, Al Manar, e Al-Mayadeen desafiaram a sua cobertura dos acontecimentos na Síria.
Foi o mesmo com o caso da Ucrânia, de quando os Estados Unidos e seus aliados tentaram negar envolvimentos ultranacionalistas no país e enquadrar a história de maneira a fazê-la beneficial para os interesses ocidentais na Ucrânia. Entretando, a mídia russa esteve, ao que tudo indica, enfiando espinhos a torturá-los, de quando então desafiando as falsas representações da realidade, feita pela mídia ocidental. Dessa maneira uma campanha foi iniciada pelos Estados Unidos, e seus aliados, contra a mídia russa. Isso foi feito da mesma maneira de quando expressaram sua frustação contra as redes internacionais russas pela sua cobertura na Síria. O objetivo das principais vertentes midiáticas dos Estados Unidos e da União Européia é agora o de apresentar as vertentes principais da mídia russa como não objetivas e confiáveis; foi por isso que Claire Bigg, da pelos Estados Unidos gerenciada RFE, fez a reportagem de um artigo em dezembro de 2013, ( RFE’s Claire Bigg reported in a December 2013 ) dizendo, de quando da abertura do programa, que os ”canais de televisão gestados pelo estado na Rússia não eram conhecidos pela sua imparcialidade”, tentando depois apresentar, de maneira conspiratória, uma imagem da mídia russa onde essas até iriam dizer que o mau tempo na Ucrânia estaria ligado aos protestos no país, isso o fazendo através de tirar as palavras de um meteorologista russo, para fora de seu contexto.
A campanha contra a mídia russa aponta particularmente para os segmentos internacionais da mídia russa em inglês, denominadamente então a RT America e a RT Internacional, que desafiaram as narrativas que Washington e Bruxelas queriam vender para a opinião pública a respeito do golpe de estado na Ucrânia. Comentários de dois empregados da RT, a respeito da questão da autonomia na Criméia, foram usados para ataques contra a RT America e a RT Internacional. Nesse último caso vale a pena notar que quando parecia que poderia haver uma possibilidade de que o golpe contra o governo ucraniano pudesse falhar (especulativamente falando, porque talvez tivessem esperado que o golpe se daria em 20 de fevereiro, depois de atiradores livre, com armas de fogo, terem matado demonstrantes), a mídia Atlanticista começou a publicar reportagens de como a parte ocidental da Ucrânia poderia seccionar-se, e isso então sem dar maiores sinais de preocupação, quanto a isso.
O ”The Guardian” apresentou o seguinte quanto a situação, em 21 de fevereiro de 2014- (February 21, 2014 ). ”Conquanto os protestos continuem nas ruas centrais de Quieve, as cidades no oeste da Ucrânia estão inclinadas a uma autonomia, com novos governos paralelos, e forças de segurança que abertamente admitiram que tinham se juntado aos protestos.” Apesar de que seja importante notar que essa reportagem não mencionava o papél das milícias ultranacionalistas em tomar as cidades do oeste, e intimidar seus políticos, o ponto a ser observado aqui é que o movimento da Criméia, [com grande etnia russa, no sul do país], para uma independência, foi tratado pela mídia Atlanticista de uma maneira completamente diferente. As principais vertentes da mídia dos Estados Unidos e da União Européia, que não tinham apresentado nenhum problema quanto a uma autonomia para o oeste da Ucrânia, agora apresentavam outros padrões quanto a Criméia, e se opunham a isso. Essa mesma mídia ignorava, ou diminuia, a capacidade do povo da Criméia de movimentar-se para sua própria independência, apresentando tudo o que acontecia como uma decisão tomada pelo Kremlin.
A RT foi atacada, súbtil ou abertamente, pelas principais vertentes da mídia dos Estados Unidos, e da União Européia, como um braço de propaganda do Kremlin, dizendo que a RT se recusava a apresentar ”honestamente” a ”invasão” da Criméia pela Rússia, da mesma maneira como a BBC, CNN, Fox News, Sky News e France 24. [aspas acrescentadas]. No entanto, é a CNN, assim também como muitas das outras redes de notícias dos Estados Unidos, entre outros, que têm uma muito bem conhecida história de distorcer e falsificar os fatos. Essas redes estão agora, sem parar, demonizando a população pró-Rússia na Criméia. Numa reportagem do ”The Telegraph”, em 21 de março de 2014 ( The Telegraph in a March 11, 2014 ) feita por Patrick Reevell e David Blair, foi tão longe quanto a dizer que na votação para uma República Autônoma da Criméia, só se apresentavam duas opções para a população: juntar-se a Rússia agora, ou depois. Elastificando a sua interpretação da questão da votação, o jornal britânico dizia que o referendo iria perguntar ao povo da Criméia se eles queriam juntar-se a Federação Russa diretamente. ou por vias parlamentares. Isso em vez de dizer diretamente que o referendo ia perguntar ao povo da Criméia se queriam juntar-se a Rússia, ou permanecer parte da Ucrânia, abaixo da Constituição da Criméia de 1994, o que permitiria a possibilidade para uma votação parlamentar quanto a uma futura [re]integração com a Rússia. O jornal britânico tinha feito uso de uma linguagem contorcida como meio de desacreditar o referendo.
Um outro exemplo de demonizar através de reportagens da mídia apresenta-se com um artigo escrito por Nick Paton Walsh, Laura Smith-Spark, e Ben Brumfield – da CNN – onde logo perto do começo eles declaravam, ”Se você vier por trem espere ser escrutinado pelas milícias dos pró-russos. Se você quiser demonstrar apoiando o interím governo, pró-ocidente, colocado no poder na Ucrânia, espere ser aproximado por insistentes indivíduos pró-russos.” Nessa narrativa o povo que estaria sendo reprimido seria o mesmo que apoiava o não constitucional, pós-golpe governo em Quieve, enquanto as pessoas pró-Rússia são aqui convenientemente apresentadas como agressivas. Essa narrativa não só pinta a Rússia e os na Criméia que desejam juntar-se a ela negativamente, como também ignora o golpe de estado realizado em Quieve, além do fato de que o escrutínio nas fronteiras são destinados a impedir que agentes armados ou ultranacionalistas venham a destabilizar a Criméia.
Tanto os meios de comunicação visual como verbal foram usados para desacreditar a RT. Por ex. a BBC declarava que a RT estava apresentando o leste e o sul da Ucrânia (regiões com uma grande maioria de etnicidade russa) como se fizessem parte da Rússia em suas reportagens. Isso a BBC o estava fazendo com bases num mapa que tinha sido tirado do seu contexto. Other claims showed a map of Crimea out of context. Outras afirmações também mostram o mapa da Criméia fora de seu contexto original dizendo que a RT a tinha reconhecido como parte da Rússia. O indivíduo, ou indivíduos que se decidiram por reproduzir as imagens da RT fora de seu contexto original são sem sombras de dúvidas desonestos e sem princípios. Eles intencionalmente falsificaram o sentido das imagens e gráficos apresentando-as fora da sua realidade original. Eles também omitiram o fato de que os mapas faziam parte de uma reportagem que mostrava divisões demográficas internas da geografia da Ucrânia e/ou diversas possibilidades que o povo da Criméia tinha a sua frente.
A BBC tem uma história de falsamente apresentar filmes e imagens. A BBC foi pega em flagrante com diversos tipos de fabricações muitas vezes, enquanto nunca houve algum caso da RT fazendo o mesmo. Monges tibetanos, abaixo de pancadas, dadas pelas forças de segurança da Índia, foram apresentados pela BBC como tibetanos sendo reprimidos pelo governo da China, em 2008. Um outro caso foi o de quando num comício de massas na Índia, onde essas esvaiavam suas bandeiras ondulantes, imagens as quais foram apresentadas pela BBC como massas na Líbia celebrando a derrubada do governo da mesma, em 2011.
Mais recentemente a BBC foi até pega em flagrante de novo quando usando uma só e a mesma gravação com diversas coberturas de diversas situações apresentando-as como se fossem ao vivo na Síria, em 2013. O ex-diplomata britânico Craig Murray merece ser quotado quanto a essa fabricação da BBC quanto a Síria: ( Craig Murray is worth quoting about the BBC’s Syria fabrication🙂 ”O que é disturbante é que a sequência filmada da médica falando é exatamente a mesma o tempo todo. Essa foi editada de maneira a dar a impressão de que a médica estava falando em tempo real com sua própria voz – lá não havia nenhuma dos reconhecidos instrumentos usados para indicar que se tratava de uma transladação da sua voz. Mas tem que ser verdade, que em pelo menos uma, ou possivelmente duas das vezes, nos cortes feitos, ela não estaria falando em tempo real com sua própria voz.”
O que simples perguntas da mídia ocidental demonstram
O papél dos jornalistas na confrontação também não podem ser diminuidos. Por ex. numa reportagem da BuzzFeed, Rosie Gray apresentou para a diretora da RT Margarita Simonyan, as seguintes questões: ( BuzzFeed reporter Rosie Gray presented Margarita Simonyan, )
1) Você tem regularmente reuniões no Kremlin ou com representantes oficiais do governo russo? Você pode descrevê-los, se isso for o caso? Quanta influência direta tem o Kremlin sobre o que a RT apresenta?
2) Porque é o seu escritório, como me disse um empregado, seria localizado num outro andar do que o da redação?
3) Foi Anastasia Churkina empregada por causa de ser filha de quem é? Porque foi ela autorizada a entrevistar seu próprio pai, frente as câmaras?
4) Me disseram também que a RT árabe é administrada pelo/a responsável das traduções do Presidente Putin – seria essa a razão pela qual o posto foi ocupado como o foi?
É difícil dizer se essas questões seriam sérias, ou se deveriam ser vistas como insultos. Nenhum reporter nos Estados Unidos teria se atrevido a perguntar como foi que Mika Brzezinski teve seu posto na MSNBC, e seu pai teria qualquer coisa a ver com esse seu emprego. Se questões desse tipo forem feitas, isso o será feito de maneira muito mais súbtil. Entretanto, a mídia dos Estados Unidos, e seus jornalistas, não aplicam os mesmos padrões quando tratando com russos, ou membros de outras sociedades.
Independente da seriedade, ou não, dessas questões essas são erradas, ou destinadas a exigirem uma específica resposta por parte do respondente. Em primeiro lugar, as questões são dirigidas, e isso porque são destinadas a dirigir a resposta numa certa direção, aqui no caso para embaraçar ou desacreditar a RT como rede de notícias. Em segundo lugar, as questões não são neutras, são carregadas de suposições predestinadas a limitar as possibilidades da resposta., de modo a servir a agenda do entrevistador/a. Um exemplo modelo de uma tal pergunta seria: ”Você já parou de bater nos seus filhos?” A premissa da pergunta como tal seria aqui no exemplo baseada completamente numa suposição incorreta. Na maioria dos casos não importaria o que os respondentes dissessem, esses estariam já numa situação embaraçosa e ofereceriam a pergunta uma certa legitimidade simplesmente por tentar respondê-la de uma ou de outra maneira.
Em resposta, Margarita Simonyan simplesmente ridicularizou as não-neutrais e equívocas perguntas a ela apresentadas. [1]
Os perigosos abusos da comunicação midiática na Idade da Informação
As discórdias entre os Estados Unidos e a Rússia irão se petrificando enquanto a situação na Ucrânia continuar a ferver lentamente. As ramificações dessa crise serão sentidas globalmente indo da Síria, da Península da Coréia e da ONU até a mesa de negociações entre Tehran e os P5+1, a respeito do programa nuclear em questão.
No final, o deslanchar de uma guerra de informação entre os Estados Unidos e a Rússia poderá aparecer aproriada nessa juncção da história denominada como a Idade da Informação. O controle e a manipulação da informação pela comunicação de massas feita pela mídia impede aos indivíduos de ficarem autenticamente conscientes a respeito do mundo a sua volta, assim como das relações sociais que encontram-se por detrás das estruturas de suas vidas quotidianas e do seu poder de poder determinar as decisões que serão tomadas ou não. O poder da mídia quanto a poder socializar os indivíduos e de formar a cultura popular está sendo abusado.
A guerra de informação não é só empreendida entre poderes e blocos econômicos rivais. O controle e a manipulação da informação é usada internamente por governos e corporações contra os escalões da sociedade que se encontrem em posições de desvantagem. Isso atomiza também a informação que poderá então ser usada como um meio de criar um sistema cego, e fechado, que ignora as realidades sociais, os privilégios e a desigual destribuição de meios e poder da mesma.
Mesmo os que estão por detrás das falsas narrativas e fabricações podem ser pegos como reféns de uma não autêntica e desumanizante perspectiva do mundo. Os propagandistas podem tornar-se reféns do que suas próprias mãos semearam. O discurso a respeito do poder do Pentágono faz com que os dirigentes políticos nos Estados Unidos possam pensar que uma confrontação entre os Estados Unidos e a Rússia, ou a China, trariam pequenas consequências para eles e não implicaria a possibilidade de uma guerra nuclear. A Rússia e a China poderiam formam uma formidável aliança, com um mortal arsenal de armas nucleares além de vastos e importantes recursos militares. Um confronto entre os Estados Unidos com a Rússia ou a China poderia ter consquências apocalípticas para a vida nesse planeta.
Se a informação não for usada de maneira apropriada nessa Idade da Informação nós iremos retornar a Idade da Pedra, como Einstein realmente nos precaveu.
Mahdi Darius Nazemroaya
Artigo em inglês: Controlling the Lens: The Media War Being Fought Over Ukraine Between the Western Bloc and Russia, 27 de Março de 2014
Traduzido por Anna Malm