EUA e Colômbia vs Venezuela: conspiração, trama e complot
O Comando Sul do exército dos Estados Unidos – [SOUTHCOM para a região sul do continente americano] – fechou um contrato com a companhia Airtec para a condução de aviões de inteligência e informação em áreas fronteiriças da Colômbia, trabalho esse estipuladas para até 2018. O jornalista venezuelano José Vicente Rangel disse que o tipo de avião usado para essa missão seria o avião de bombardeio DH C- 8/200, o qual possui instrumentos eletrônicos avançados que permitem um total controle das cidades fronteiriças na Venezuela.
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos propuseram um maior empenho dado ao agravamento da situação nas tradicionais zonas de conflitos fronteiriços entre a Venezuela e a Colômbia. Certos círculos políticos e militares próximos do governo colombiano pronta, voluntária, ansiosa, e alegremente ofereceram-se para assistir Washington nas operações subversivas dos mesmos contra o que percebem como o maior adversário regional da Colômbia, ou seja, a Venezuela.
O presidente Juan Manuel Santos da Colômbia, o porta-voz de grandes famílias oligárquicas, já muitas vezes disse que ele é a favor de um aprofundamento das “relações especiais” com Washington, entre essas estando então as relações militar-estratégicas. A presença das sete (7) bases militares dos Estados Unidos na Colômbia são vistas por Santos, assim como por suas equipes e esquadrões, como etapas intermediárias numa fase de engajamento do exército colombiano nas atividades da OTAN. Washington por sua vez usa Bogotá para subverter o processo de integração dos países latinoamericanos e do Caribe, entre si. Esse é para os Estados Unidos um ponto essencial quanto a um restabelecimento da sua posição de domínio na região.
É impressionante a paciência do governo de Nicolás Maduro em relação as demonstrações hostis da Colômbia. A oposição interna na Venezuela tenta mostrar que o governo de Nicolás Maduro não consegue estabilizar a vida econômica do país, sendo até incapaz de manter ar prateleiras dos mercados bem providas para satisfazer os requisitos legais dos consumidores. Tem-se aqui então que uma sabotagem interna na Venezuela faz por onde esconder, ou até mesmo por onde fazer desaparecer produtos de primeira necessidade no país. Tudo é sustentado pela, ao mesmo tempo em que também sustenta, a sabotagem estrangeira, a qual faz com que os produtos e mercadorias desaparecidas na Venezuela, em uma boa parte, reapareçam na estrutura de contrabando no território da Colômbia.
Uma resolução do problema exigiria um esforço das duas partes, mas as autoridades colombianas minimizaram a guarda das fronteiras para possibilitar um espaço livre para as atividades de grupos criminosos, os quais em muitos casos são constituídos de grupos armados dos “destacamentos de autodefesa” da extrema direita (AUC na sigla estrangeira do original). Por dados dos serviços de inteligência da Venezuela os comandantes desses grupos colaboram com as forças de segurança da Colômbia.
Recentemente grupos armados dos “destacamentos de autodefesa” da Colômbia prepararam uma armadilha na qual caíram patrulheiros venezuelanos do contra-contrabando. Como consequência do tiroteiro levantado três militares venezuelanos ficaram gravemente feridos. O presidente Maduro anunciou estado de emergência na fronteira com a Colômbia, no estado de Tajira, assim como o fechamento dessa fronteira por um tempo indeterminado. Forças militares e policiais foram dirigidas para lá.
Iniciou-se um trabalho para identificação dos pontos fortes dos paramilitares contrabandistas. Procuraram-se os bunkers e depósitos onde se guardariam as mercadorias roubadas destinadas para a compra de elementos susceptíveis de alistamento, ou outros usos. Foram feitos prisioneiros (até agora 35). Interrogatórios, assim como descobertas de aterramento e dumpings secretos revelaram a escala dos crimes dos paramilitares contra a Venezuela. Maduro disse que a Venezuela estava descobrindo a terrível verdade quanto a ação criminosa dos grupos armados. Ele declarou também que era sobre ele, Nicolás Maduro, que caia a obrigação de livrar a Venezuela de tudo isso.
A severa posição de Maduro é totalmente justificada. Essa guerra econômica contra a Venezuela adquiriu uma tal amplitude que nas cidades fronteiriças tem-se um sumiço de produtos de primeira necessidade, assim como de higiene, de alimentação e medicamentos. Tudo foi retirado dessas cidades, indo de roupas a sapatos, peças de reposição para reparação de autos, pneus,e até mesmo máquinas de gasolina, de quando da demolição de um posto de gasolina.
Na Venezuela a gasolina é muito barata. Encher o tanque de um carro não deveria custar mais do que $2 (dois dólares). Tem-se aqui o porque do levar-se extremas quantidades de gasolina da Venezuela para a Colômbia, ao longo da fronteira conjunta. A cidade de San Cristóban na Colômbia, a pequena capital de Tajira, “exigiu” de acordo com a estatística oficial, muito mais gasolina do que a capital do país, Caracas. Chegou-se até ao ponto do contrabando de gasolina ter se tornado num negócio mais lucrativo para os paramilitares do que o tráfico de narcóticos.
O contrabando estimula uma grande diferença nos preços de bens de consumo de maior necessidade para o consumidor. Na Venezuela esse tipo de produto é subvencionado. Na fronteira tem-se também uma grande manipulação quanto ao curso da moeda venezuelana, o bolivar. O centro das operações econômico-financeiras subversivas é a cidade de Kukuta, na Colômbia. Nela encontram-se mais do que três mil (3.000) casas e locais de câmbio, trabalhando na desvalorização da moeda venezuelana, o que no total mostra-se no empobrecimento dos venezuelanos e num mal estar social no país.
Na fronteiriça Kukuta os seviços americanos da DIA e da CIA trabalham ativamente. DIA sendo a agência de defesa, e CIA, mais conhecida, a agência central de inteligência. Ambas instruem células radicais da oposição venezuelana. Lá também em estado permanente são mantidas consultações com os dirigentes de três especialmente construídas organizações de subversão contra a Venezuela: Centro de Pensamento Primero Colombia, FTI Consulting e Fundacão Internacionalismo Democrático.
Dirigindo a conspiração contra a Venezuela tem-se o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, recrutado pela CIA nos meados dos anos oitenta, em situações comprometedoras; Na lista de narcotraficantes feita pela DEA (direção da luta contra narcótica) ele recebeu o nr 82. Durante todos os seus oito anos no cargo de presidente da Colômbia Uribe fez seu trabalho subversivo contra Hugo Chávez, construindo as condições para um isolamento do regime bolivariano no Continente das Américas. Os serviços de contra-espionagem da Venezuela vêem Uribe como uma figura-chave usada pelos serviços secretos dos Estados Unidos para uma derrubada de Nicolás Maduro.
O atual governo de Santos na Colômbia usufrui da ajuda propagandística da mídia ocidental. Em primeiro plano entra aqui o “The New York Times” e o “Washington Post”. Na redação dos diversos artigos encontra-se sempre em ambos conteúdo similar. Persistente, insistente e agressivamente apresentam-se sempre temas em que os problemas fronteiriços não passam de fabricações de Nicolás Maduro para com fins publicitários conseguir um necessário apoio nas eleições parlamentares.
Aqui não se vê nem uma palavra a respeito dos cinco milhões e meio de refugiados indo da Colômbia para a Venezuela por causa da guerra civil na Colômbia, das formações paramilitares, do tráfico de narcóticos e do contrabando na Colômbia. O Ministério do Interior da Venezuela claramente determinou o ponto de partida dos ataques da guerra de informação contra si:- “Isso é resultado dos meios de comunicação de massas dos Estados Unidos contra a Venezuela, e sua revolução bolivariana”.
O embaixador da Venezuela na OEA – Organização dos Estados Americanos, Roy Chalerton da Venezuela, comentando os acontecimentos nas fronteiras chamou a atenção para o tom hostil da mídia colombiana – no Jornal El Tiempo, na Rádio e TV RCN, e também na CNN em espanhol, entre outras, publicando material que divulgava ódio e racismo contra o povo venezuelano e seu país. Roy Chaderton disse que “essa campanha de ódio” poderá levar a uma guerra, caso os líderes venezuelanos não encontrarem uma mistura sensível e subtil nessa situação melindrosa. Ele disse então que recomendaria aos diplomatas na OEA – que tomassem tudo isso com um pouco de sal. A mídia colombiana está ainda, antes de mais nada, engajada numa guerra. Essa seria então uma guerra já de quarta geração.
O Departamento de Estado dos EUA numa declaração quanto ao fechamento da fronteira concentrou-se no problema humanitário e recomendou para a normalização da situação o recorrer-se a ajuda das organizações regionais. Foi também dito que a diplomacia dos EUA estaria pronta a participar na regularização do diálogo. Entretanto, diplomatas nem sempre vem da mesma forma, ou seja, eles apresentam peculiaridades específicas, ou em outras palavras, são diferentes uns dos outros. Por ex., Kevin Whitaker, ex-embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, trabalhou em 2006 como residente da CIA na Venezuela. É muito duvidoso que esse tipo de diplomatas venham a “estabelecer” o pretendido.
A sua frente verão sempre coisas completamente diferentes do oficialmente pretendido.
Nil Nikandrov
Referências e notas.
Nil Nikandrov, ЗАГОВОР США И КОЛУМБИИ ПРОТИВ ВЕНЕСУЭЛЫ – НИЛ НИКАНДРОВ, 09.09.2015 – http://www.fondsk.ru/news/2015/09/09/zagovor-usa-i-kolumbii-protiv-venesuely-35259.html
Tradução do original russo por Anna Malm – https://artigospoliticos.wordpress.com –