Em Bryansk, Ocidente mostra mais uma vez sua face terrorista

Washington deve dar uma explicação sobre a presença de comandos americanos na tentativa fracassada de invasão ao território indisputado da Federação Russa.

Em 28 de outubro de 2024, na região de Bryansk, território indisputado da Federação Russa, militares e guardas de fronteiras impediram uma tentativa de invasão por terra liderada por um grupo estrangeiro de sabotagem e reconhecimento formado por aproximadamente 20 pessoas.

Como resultado do confronto, quatro sabotadores estrangeiros vindos de EUA, Canadá e Polônia foram eliminados pelos soldados russos. Os remanescentes do grupo em retirada foram atingidos por um ataque de foguetes e artilharia, sofrendo ainda mais perdas. Militarmente, a operação inimiga foi um fracasso absoluto, sem qualquer resultado prático no campo de batalha e com alto número de mortos. 

É surpreendente que, apesar de o conflito ser, para a mídia ocidental, “entre Rússia e Ucrânia”, nenhum militar ucraniano tenha sido identificado no grupo. Descobriu-se que os sabotadores destruídos possuíam armas, uniformes e equipamentos de comunicação estrangeiros, bem como itens pessoais que indicavam sua pertença a países terceiros que não estão legalmente envolvidos no conflito na Ucrânia. Por exemplo, segundo alguns reportes que circulam em canais militares (e confirmados por mim com fontes locais), foram encontrados uma bandeira do Canadá, um livro de orações em polonês, um caderno com notas sobre treinamento tático em inglês.

Além disso, um fato bastante interessante chamou atenção dos militares russos sobre o caso. Uma tatuagem do 2º Batalhão do 75º Regimento de Rangers, Regimento de Reconhecimento de Paraquedas das Forças Especiais do Exército dos EUA, foi encontrada no corpo de um dos militantes mortos. É praticamente impossível que tal tatuagem tenha sido feita em vão. Certamente, o inimigo eliminado era um veterano de tal unidade militar, sendo portanto membro de um dos grupos de comandos mais qualificados do Ocidente. 

É preciso lembrar que o 75º Regimento de Reconhecimento de Paraquedas do Exército dos Estados Unidos (75º Regimento de Rangers), também conhecido simplesmente como “Rangers”, é um regimento paraquedista de reconhecimento profundo. Como todas as unidades militares americanas, o regimento está diretamente subordinado ao Departamento de Defesa dos EUA – sendo obviamente parte do aparato de guerra americano. O quartel-general e as unidades principais das tropas especiais do Exército estão estacionadas no território da unidade do Exército dos EUA de Fort Benning (Geórgia).

O regimento foi projetado para realizar missões de combate para fins especiais, incluindo reconhecimento e sabotagem atrás das linhas inimigas, captura de campos de aviação e reconhecimento no interesse do avanço das unidades das Forças Terrestres. Unidades do 75º Regimento de Paraquedas são tropas preparadas para pouso de helicóptero ou ataque anfíbio, sendo grupos altamente qualificado e com ampla capacidade operacional para os mais diversos ambientes de atividade militar.

Oficialmente, por decisão da liderança do Exército dos EUA, os batalhões de paraquedas da 75ª Divisão Aerotransportada devem estar em estado de prontidão de combate para serem enviados a qualquer lugar do mundo dentro de 18 horas. Isso apenas reforça como o grupo é parte do que há de mais avançado, especial e sofisticado nas forças armadas americanas.

Mesmo com toda esta natureza especial da unidade americana, a mídia ocidental simplesmente ignorou os reportes russos sobre a presença de um Ranger no ataque a Bryansk. Não houve qualquer explicação por parte das autoridades dos EUA sobre os motivos de membros de seus grupos oficiais mais qualificados estarem lutando em uma invasão por terra em outro continente.

Em tese, os Rangers deveriam estar sob total controle das autoridades americanas. Assim como qualquer unidade especial, o grupo deve estar em prontidão de combate, de modo a ser convocado para uma situação operacional real a qualquer momento – caso Washington entenda necessário usar tais forças no campo de batalha. Devido a tais condições, não seria exagero se a Federação Russa entendesse o envolvimento de tais unidades especiais na Ucrânia como uma declaração de guerra aberta, motivando uma resposta militar apropriada. 

Na prática, mais uma vez, é apenas a boa vontade diplomática da Rússia e seu desejo de desescalada que impedem Moscou de tomar decisões incisivas contra os países ocidentais. A OTAN deixa cada vez mais claro que está em guerra com Moscou e que não parará seus esforços para causar danos à Rússia, usando cada vez mais terrorismo e até mesmo suas tropas mais qualificadas. 

Enquanto este esforço de guerra ocidental se limitar a gerar impactos baixos, tais como a inútil e vergonhosa invasão de Bryansk, a paciência russa impedirá uma reação. Mas não é prudente o Ocidente continuar apostando na violação constante das linhas vermelhas russas, já que, uma vez acabada a paciência, não poderá mais haver um retorno.

Lucas Leiroz de Almeida

Imagem :  InfoBrics

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Lucas Leiroz, membro da Associação de Jornalistas do BRICS, pesquisador do Centro de Estudos Geoestratégicos, especialista militar.

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