A Globalização do Poder Militar: a Expansão da OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não alterou na essência o respectivo mandato após a dissolução do Pacto de Varsóvia e o colapso da União Soviética. No seguimento da Guerra Fria, a OTAN continuou a expandir-se. Em 1999, antes da guerra contra a Jugoslávia, a OTAN expandiu-se na Europa oriental.

A OTAN está decidida a expandir o seu círculo de membros e o seu mandato. Foi recentemente programada para se tornar numa força militar global. Além disso, parte dos seus objectivos como aliança militar global consiste em assegurar a “segurança energética” dos estados membros. O que isto significa é a militarização das rotas mundiais, dos percursos dos oleodutos estratégicos, dos corredores marítimos utilizados pelos petroleiros e das águas internacionais.

Utilização da “Cláusula de Defesa Mútua” para controlar os recursos energéticos?

O Senador americano Richard Lugar reclamou para a OTAN o direito de acorrer em auxílio de qualquer membro da aliança militar, como os Estados Unidos, cujas fontes energéticas possam estar ameaçadas. A justificação de tal intervenção cairia sob a Cláusula de Defesa Mútua da OTAN (Artigo 5). A ideia do Senador Lugar recebeu forte apoio dos membros da Europa de Leste e da União Europeia, dependentes da Federação Russa para o abastecimento em energia.

O Senador Lugar foi citado como tendo dito que “[a OTAN] devia reconhecer que em última instância a diferença é pequena entre um membro ser submetido a coerção através dum corte de energia ou enfrentar um bloqueio militar ou outra demonstração militar junto às suas fronteiras.” [1]

O Artigo 5 é a razão de ser da OTAN. Transforma qualquer ataque a um dos membros num ataque a todos os membros. O Artigo 5 da carta da OTAN é a base para a formação da “defesa mútua.” Qualquer interpretação da cláusula relativamente à segurança energética significa que qualquer membro da OTAN cujas fontes de energia são cortadas pode confiar na ajuda do resto da aliança militar. O Artigo 5 pode também ser interpretado para insinuar que o corte de energia a qualquer membro da OTAN seria definido como um acto de agressão ou um acto de guerra. Deve notar-se que quase todos os membros da OTAN não têm recursos de energia próprios.

Não é surpresa que a Rússia tenha ficado bastante furiosa e enervada com este musculado conceito de segurança energética dentro da OTAN. Se tal doutrina fosse adoptada, poderia ser utilizada como justificação para a imposição de sanções económicas e políticas contra a Rússia e outros países produtores de energia. A cláusula poderia também proporcionar um mandato para atacar a Rússia ou qualquer outro país exportador, incluindo o Irão, o Turquemenistão, a Líbia e a Venezuela, com o objectivo de controlar os recursos naturais e energéticos desses países.

O Comissário do Comércio da UE Peter Mandelson emitiu igualmente uma declaração dizendo “Ambos [a Rússia e a UE] crêem que o outro utiliza a arma da energia como instrumento político.” Acrescentou também que as relações entre a UE e a Rússia estão ao pior nível da era pós Guerra-Fria e que “a Europa quer segurança no fornecimento [de energia] …” [2]

Por este motivo, entre outros, a Rússia e seus aliados vêm o projecto dos EUA e OTAN sobre o sistema global antimíssil como um meio para controlar as fontes de energia e os recursos naturais russos e globais através da ameaça da força. A Rússia, tal como a China e o Irão, está também a ser rodeada por uma fronteira militar que é vista como parte dos esforços da OTAN para a cercar e aos seus aliados.

A Expansão-Integração Global da OTAN como Aliança Militar Mundial

“…a OTAN tem-se transformado desde a Guerra Fria e a posterior consolidação regional dos anos 90 numa instituição transatlântica com missões globais, alcance global e parceiros globais. Esta transformação é mais evidente no Afeganistão onde a OTAN opera, mas a linha que atravessámos torna efectivamente ultrapassado a discussão ‘área interna/área externa’ que tanto tempo consumiu nos anos 90. Não há ‘área interna/área externa.’ Potencialmente, tudo é área OTAN. Isso não significa que seja uma organização global. É uma organização transatlântica, mas o Artigo 5 tem agora implicações globais. A OTAN está num processo de desenvolvimento de capacidades e de horizontes políticos para lidar com problemas e contingências em todo o mundo. Trata-se de uma mudança enorme.”
-Daniel Fried, Sub-Secretário de Estado dos EUA para os Assuntos Europeus e Euro-Asiáticos (17 de Abril de 2007)

A OTAN está igualmente a encarar um processo de “alcance global” que a transformaria numa força militar global com estados-membros fora da América do Norte e do continente europeu. Embora não ainda oficial, a OTAN iniciou já uma transição para a “globalização” das suas forças e operações militares. Está fortemente envolvida no Afeganistão e na Ásia Central; existem bases da OTAN no Afeganistão e nas fronteiras da China e do Irão. Alargou também a sua presença nos Balcãs (visível no seu envolvimento na antiga Jugoslávia). Planeou igualmente grandes operações militares no Sudão e mais em geral no continente africano, a coberto daquilo que é descrito pelos seus opositores como a “mascarada da manutenção de paz.”

Embora informalmente, a OTAN encontra-se igualmente envolvida no terreno no Líbano. [3] Uma esquadra de navios de guerra está também sediada em águas da África Oriental, no Mar Vermelho e no Mar da Arábia. Forças navais de países da OTAN, como a Alemanha e a Dinamarca, estão presentes no Mediterrâneo Oriental e podem atingir a Síria em caso de guerra. [4]

Deslizando para o Irão, a expansão da OTAN no Golfo Pérsico: a “Iniciativa de Segurança do Golfo”

A OTAN envolveu-se formalmente no Golfo Pérsico, embora na realidade as forças de diversas nações a ela pertencentes lá tenham vindo a operar desde a Guerra Fria. O Director da Segurança Nacional do Kuwait, Sheikh Thamer Ali Sabah Al-Salem Al-Sabah, anunciou que o seu país assinou um acordo de segurança com a OTAN durante uma conferência CCG-OTAN que teve lugar entre 11 e 12 de Dezembro de 2006. O CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), rebaptizado Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, inclui a Arábia Saudita, o Kuwait, os E.A.U., o Qatar, o Bahrein e Omã. O CCG tem já um acordo militar entre os seus membros, a Força do Escudo de Defesa do Golfo, e acordos de segurança bilateral individuais com os EUA e a GB. A OTAN tem estado em diálogo com o Qatar, o Kuwait e outros membros do CCG com vista ao estabelecimento de uma presença mais formal da NATO no Golfo Pérsico e de um novo acordo de segurança contra o Irão.

Este novo balanço regional no Golfo Pérsico é parte de uma aliança mais vasta no Médio Oriente ligada à OTAN. A Arábia Saudita, a Jordânia, o Egipto, Israel, os EUA, a Bretanha e a OTAN, para além do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) são todos parte desta coligação no Médio Oriente. [5] A coligação ou aliança militar representa essencialmente uma extensão para leste do “Diálogo Mediterrânico” da OTAN. Os seus membros do Médio Oriente, incluindo Israel e a Arábia Saudita são designados “Coligação dos Moderados,” ao passo que o Irão e a Síria são vistos como a “Coligação de Radicais/Extremistas.”

Para além das implicações na confrontação com o Irão, a cooperação entre o CCG e a OTAN confirma que esta se prepara para se tornar numa instituição e força militar globais. O Médio Oriente é uma importante área geostratégica da expansão da OTAN rica em energia. As vanguardas da OTAN na região são a Turquia e Israel.

Também os Estados Unidos têm estado a aumentar o arsenal de mísseis no Golfo Pérsico e a transportar grande quantidade de equipamento militar e sistemas de radar para a região. Inicialmente, a justificação para a instalação de equipamento militar no Golfo era a “Guerra Global contra o Terrorismo”, depois foi a invasão do Iraque de 2003 e agora a nova justificação é a protecção dos aliados da América no Golfo Pérsico, incluindo os E.A.U., o Kuwait e a Arábia Saudita, contra a ameaça dos mísseis balísticos do Irão.

A Conferência CCG-NATO está mandatada pela Iniciativa de Cooperação de Istanbul e foi organizada sob o tema “Enfrentando Desafios Comuns,” que directamente denota o Irão como o alvo da cooperação militar de segurança entre a CCG e a OTAN. [6]

Além disso, a Conferência teve lugar após exercícios militares terem tido lugar no Golfo Pérsico entre os membros da CCG, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e a Austrália, o que também demonstra que a cooperação entre os dois ramos da OTAN, a entente Franco-Germânica e a aliança Anglo-Americana, se iniciou antes da histórica Conferência da OTAN de 2006 em Riga, na Lituânia. [7]

Os acordos do CCG com a OTAN são também significativos porque traduzem uma partilha e divisão do Golfo Pérsico entre a entente Franco-Germânica e a aliança Anglo-Americana.

Embora o Sheikh Thamer Ali Sabah Al-Salem Al-Sabah e os dirigentes do Kuwait tenham tentado desvalorizar o significado da cooperação entre o seu país e a OTAN, essa cooperação aponta para a expansão da OTAN e para uma provável confrontação com o Irão. O dirigente kuwaitiano esclareceu também que o objectivo da conferência era utilizar a diversidade da experiência da NATO, tendo em conta a sua composição multinacional.

Com o aumento militar Anglo-Americano e a extensão da OTAN no Golfo Pérsico, os dirigentes da CCG têm sido encorajados para cooperarem com os militares dos E.U. e da Grã-Bretanha. Recentemente, o Ministro da Defesa do Bahrain, Sheikh Khalifa bin Ahmed Al-Khalifa, afirmou que os Sheikados Árabes do Golfo Pérsico têm “capacidade para responder a qualquer ataque do vizinho Irão,” e “responderiam energicamente” se o Irão bloqueasse o estreito de Ormuz na sequência de incursões ou ataques militares dos E.U. [8] Não é também coincidência que os dirigentes do Kuwait tenham declarado estar prontos para um ataque conduzido pelos Americanos contra o Irão e o rebentamento da guerra no Médio Oriente. [9]

Deve-se notar que quaisquer ataques do Irão sobre os Sheikados Árabes do Golfo Pérsico seriam em resposta à sua cooperação com os E.U. e à aceitação da utilização dos seus espaços aéreos, águas e territórios contra o Irão pelos militares dos E.U. e seus aliados. Os dirigentes destas nações também apoiaram os E.U. e a G.B. na guerra e invasão do Iraque e são anfitriões de grandes bases terrestres, aéreas e navais dos E.U.

O objectivo final da OTAN: cercar a Rússia, a China e os seus aliados

“A primeira e mais importante área na qual deve haver mudança é a do desenvolvimento da nossa capacidade de projectar estabilidade no Leste”
-Secretário-Geral da OTAN Manfred Wörner

A declaração no Congresso de 7 de Fevereiro de 2007 do Secretário de Estado da Defesa Robert Gates, ao apresentar o orçamento militar do Pentágono para 2008, confirma que os Estados Unidos consideram, além do Irão, também a China e a Rússia como potenciais adversários. O Secretário Gates disse ao Senado dos E.U. que tanto a Rússia, como a China constituíam ameaças para os Estados Unidos: “Além de fazer a ‘Guerra Global contra o Terrorismo,’ devíamos também considerar os incertos percursos da China e da Rússia, ambas prosseguindo sofisticados programas de modernização militar.” [10]

A verdadeira questão é: são os Russos e Chineses uma ameaça para os Estados Unidos ou será o contrário? Constituem a China e a Rússia igualmente uma ameaça económica para os Estados Unidos?

O Ministro Russo dos Estrangeiros e o governo pediram de imediato explicações oficiais à Casa Branca pelos ameaçadores comentários.

A reacção dos Russos tem-se tornado sistemática e progressivamente apreensiva à medida que percebem que estão a ficar rodeados. É já desde há algum tempo que a Rússia, a China e os seus aliados têm sido lentamente cercados. A China enfrenta uma fronteira oriental militarizada na Ásia, enquanto o Irão ficou virtualmente cercado e as fronteiras ocidentais da Rússia têm sido infiltradas pela OTAN.

A expansão da OTAN continua apesar do fim da Guerra Fria e das promessas da aliança militar de que não se expandia. Bases militares e instalações de mísseis cercam a China, o Irão e a Federação Russa.

Na Conferência de Munique na Alemanha sobre Política de Segurança, em Fevereiro de 2007, o Presidente Vladimir Putin declarou que a OTAN estava a tomar como alvo a Federação Russa e lembrou também à OTAN o seu compromisso de que o bloco militar não se deslocaria para leste. [11] O falecido Boris Yeltsin fez declarações idênticas sobre a expansão da OTAN relativamente à entrada dos Estados bálticos no bloco militar. O discurso do Presidente Vladimir Putin foi até agora a mais significativa declaração Russa e é um sinal de que a Rússia começa a sentir a ameaça às suas fronteiras , desde a fronteira do extremo oriente russo até à fronteira com a Geórgia e a Europa de Leste.

Do ponto de vista da Rússia, a OTAN deixou de estar empenhada numa “coexistência pacífica.” O General Yuri Baluyevsky, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Russas e Ministro da Defesa, alertou os russos de que presentemente enfrentam ameaças militares ainda maiores do que durante a Guerra Fria. Tanto o Presidente russo, como o General Baluyevsky, apelaram a uma nova doutrina militar russa para responder às crescentes ameaças dos EUA e da NATO [12]

Os projectos militares impulsionados pelos Estados Unidos, por vários aliados da OTAN na Europa (designadamente Grã-Bretanha, Polónia e República Checa) e pelo Japão, para o estabelecimento de dois projectos paralelos de escudos anti-míssil, ameaçam tanto a Rússia como a China. Um escudo anti-míssil ficará na Europa e o outro no Extremo Oriente. Estes escudos anti-míssil são instalados sob o pretexto de hipotéticas ameaças do Irão e da Coreia do Norte aos Estados Unidos, Europa, Coreia do Sul e Japão.

“Esta questão [os escudos anti-míssil instalados nas fronteiras russas] é uma questão muito urgente e politicamente importante e pode arrastar-nos para uma nova corrida aos armamentos,” comentou o Coronel-General Yuri Solovyov, comandante militar russo, a propósito das instalações que fazem parte do projecto de escudo anti-míssil prestes a serem montadas junto à fronteira russa na Europa de Leste. [13]

Há igualmente discussão sobre outro escudo anti-míssil em construção no Cáucaso ou mesmo possivelmente na Ucrânia. A República do Azerbeijão e a Geórgia são potenciais candidatos para albergarem o projecto no Cáucaso.

“A nossa análise mostra que a colocação de uma estação de localização rádio na República Checa e de equipamento anti-míssil na Polónia constituem uma ameaça real para nós [Rússia],” esclareceu o General Vladimir Popovkin, Comandante das Forças Espaciais Russas, que acrescentou “É muito duvidoso que elementos do sistema de defesa nacional anti-míssil dos EUA na Europa de Leste estejam dirigidos contra mísseis iranianos, tal como declarado [por funcionários dos EUA].” [14]

O projecto antimíssil dos EUA na República Checa é igualmente rejeitado pela maioria da população checa. [15] A vontade do povo checo está a ser ignorada, tal como a dos americanos, britânicos, italianos, canadianos e japoneses o é continuamente pelos respectivos governos. Por outras palavras, estes chamados governos democráticos são extremamente não democráticos quando toca a planeamento militar e guerra.

As fronteiras da Rússia e da China estão a ser militarizadas pela OTAN e pela mais vasta rede de alianças militares organizada pelos Estados Unidos. Surpreendentemente, a Turquia que é um membro da OTAN no Médio Oriente, vizinha directa do Irão e escolha lógica para qualquer instalação de escudos anti-míssil concebida para protecção contra pretensas ameaças de mísseis balísticos iranianos, não foi escolhida como local para o escudo de defesa anti-míssil. O facto do projecto de escudo anti-míssil ser colocado na Polónia e na República Checa e não na Turquia ou nos Balcãs sugere que o projecto não está dirigido principalmente contra o Irão, mas contra a Rússia.

O outro projecto de escudo anti-míssil, no Extremo Oriente, longe da Coreia do Norte, será adjacente às altamente povoadas províncias chinesas de leste e ao extremo oriente russo rico em recursos. Este escudo anti-míssil asiático ficará situado no Japão, com possibilidade de instalações na Coreia do Sul. O Japão e os Estados Unidos iniciaram um projecto de investigação de defesa conjunto em 1999, coincidindo com o ano de expansão da OTAN e com a guerra da OTAN contra a Jugoslávia. [16] Taiwan é igualmente uma ligação vital para a militarização da fronteira com a China.

Uma vez completada a formação desta rêde militar internacional, ficará patente a verdadeira razão para a criação de dois projectos paralelos de escudos anti-míssil. Os dois projectos militares não estão separados, mas sim interligados um com o outro. Constituem parte da globalização da OTAN e de uma aliança militar mais vasta em vias de cercar a Rússia, a China e os seus aliados.

Em simultâneo com o desenvolvimento desta rêde militar global, a OTAN e os EUA iniciaram um plano para controlarem os oceanos mundiais. O alto mar, o comércio internacional e o tráfico marítimo são igualmente foco dum regime de controle em fase de consolidação liderado pelo governo dos EUA.

 

Uma cadeia à volta da China: Importancia das rotas marítimas estratégicas do petróleo, Taiwan e Singapura

Os Estados Unidos têm fortes ligações militares com Taiwan porque esta lhe fornece um escudo logístico para um envolvimento militar contra a China e a segurança energética chinesa. Taiwan é geo-estrategicamente importante porque a ilha está situada entre o Mar da China do Sul e o Mar da China Oriental. Os EUA atribuem a máxima importância à posição de Taiwan relativamente às critica e estrategicamente importantes rotas marítimas dos navios que transportam petróleo e outros recursos para a China.

Muito tem sido discutido sobre as importantes rotas geo-estratégicas do petróleo na Ásia Central e sobre importantes corredores terrestres, mas atenção é igualmente devida às rotas marítimas estratégicas do petróleo ou às linhas internacionais de navegação. Os fornecimentos de energia estão intimamente ligados à segurança nacional, ao desenvolvimento e à potência militar chineses. Caso os fornecimentos de petróleo à China fossem cortados face a uma guerra, ou mais provavelmente retardados, ela tornar-se-ia vulnerável, podendo ficar potencialmente paralisada e sufocada. Um cordão marítimo à volta da China serviria tal objectivo.

Os estreitos de Taiwan e de Malaca são geo-estrategicamente vitais para o transporte de petróleo e de recursos para a China. Quem controlar ambos os estreitos controla o fluxo de energia para a China sob o presente status quo. Seria um duro golpe para a China, caso os estreitos fossem bloqueados e a corrente de petroleiros parasse ou se atrasasse, tal como seria um duro golpe para os EUA e para a UE caso o estreito de Ormuz fosse bloqueado pelo Irão. Acontece então que a Marinha dos EUA domina essas rotas de navegação. Até a China dispor de uma fonte segura de entrada de energia através de rota não controlada pelos Estados Unidos, continuará a ser vulnerável à Marinha dos Estados Unidos que continuamente controla ambos os estreitos de Taiwan e de Malaca.

Tanto Taiwan como Singapura são íntimos aliados dos EUA devido a estas realidades. Do mesmo modo, Singapura e Taiwan estão fortemente militarizadas com vista a exercerem controle sobre esses dois estreitos vitais. Caso haja guerra entre a China e os Estados Unidos, tanto Singapura como Taiwan têm, em aliança com a Marinha dos EUA, planos de contingência para bloquearem o trânsito de petróleo para a China.

Embora o estreito de Malaca se situe sob soberania territorial marítima da Malásia, a rápida militarização de Singapura está orientada para o controle e, se necessário, interrupção do fluxo de petroleiros no estreito de Malaca. Seria o corte no fluxo de energia para a China na eventualidade de uma guerra com os EUA. As instalações navais de Singapura são também altamente especializadas em navios de guerra e submarinos e intensamente utilizadas pela Marinha dos EUA.

A China sabe que é vulnerável à intervenção militar contra os seus fornecimentos de energia. Por isso os chineses têm desenvolvido as suas bases navais e procurado que terminais petrolíferos e corredores energéticos sejam construídos em rotas terrestres directamente da Ásia Central e da Federação Russa para a China. A cooperação chinesa com a Rússia, Irão e as repúblicas da Ásia Central serve o objectivo de criar um corredor energético trans-asiático que assegure um fluxo contínuo de energia para a China na eventualidade de um bloqueio naval do alto mar conduzido pelos americanos. Desenrolam-se conversações para o desenvolvimento de um gasoduto do Irão para o Paquistão, Índia e China com a colaboração da Rússia. [17]

Os chineses objectaram igualmente contra as propostas e iniciativas sobre o aquecimento global. A China argumenta que o debate sobre o clima constitui um desafio calculado ao seu crescimento económico e dos países em desenvolvimento. Os chineses crêm que o objectivo da iniciativa dos EUA e da UE sobre as alterações climáticas é pressioná-los para cortarem as emissões de dióxido de carbono (CO2) a um nível que prejudicaria o seu desenvolvimento industrial e económico. [18]

O crescimento naval no Oceano Índico e o flanco oriental chinês

Tem havido um gradual crescimento naval à volta da China. Inclui um aumento das esquadras de submarinos da região Ásia-Pacífico. Um relatório australiano publicado pelo Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI) preveniu que está em desenvolvimento uma corrida asiática aos armamentos. Diz o relatório: “Num arco que se estende do Paquistão e Índia através do Sueste Asiático até ao Japão, está em curso uma notável modernização e expansão [militares].” [19]

Também a China foi mencionada por Bill Gertz do The Washington Times como estando “aumentando forças militares e estabelecendo bases ao longo de corredores marítimos desde o Médio Oriente a fim de projectar o seu poder marítimo e proteger o transporte de petróleo, de acordo com um relatório interno até há pouco confidencial preparado para o Secretário da Defesa Donald H. Rumsfeld.” [20]

A China lançou-se numa política naval pro-activa com vista à segurança do Mar da China Oriental, do mar da China do Sul e do Oceano Índico. Estas zonas correspondem todas à rota marítima internacional de energia que leva o petróleo africano e do Médio Oriente para a China. O objectivo chinês é proteger a linha vital chinesa de energia da Marinha dos EUA e aliados. O Pentágono refere-se às bases navais por “colar de pérolas” devido à sua importância geo-estratégica no balanço do poder naval no Oceano Índico. [21]

As instalações navais chinesas estão a ser todas construídas ao longo desse corredor marítimo vital. O porto naval de Gwadar no Paquistão, nas margens do Mar da Arábia, foi projectado e construído pelos chineses. Foi igualmente assinado um acordo com o Sri Lanka (Ceilão) que dará à China acesso ao porto de Hambatota no extremo sul da ilha. [22]

A China planeou também a construção de um porto naval em Myanmar (Birmânia), um aliado chinês geo-estrategicamente importante. A criação de um porto em Myanmar eliminaria qualquer ameaça de ambos os estreitos de Taiwan e de Malaca. A China faz fronteira directamente com Myanmar e existe uma rede de combóios e de transporte rodoviário da costa de Myanmar até à China do Sul. [23]

Os Estados Unidos têm também tentado obstruir qualquer meio possível que permita que o petróleo possa atingir a China directamente através de uma eventual cooperação petrolífera trans-asiática para além das rotas marítimas tradicionais e vulneráveis que se encontram sob vigilância da Marinha dos EUA. Qualquer acordo energético trans-asiático, como o oleoduto Irão-Paquistão-Índia, contraria a agenda anglo-americana e da OTAN para o controle da Eurásia.

A frota do Pacífico dos EUA está também a atribuir maior importância estratégica à ilha de Guam no Oceano Pacífico, à medida que os EUA aprofundam a colaboração com a Austrália, Singapura, Filipinas e Japão para cercarem mais a China militarmente. [24] A questão dos mísseis balísticos e armas nucleares norte-coreanas está actualmente a ser utilizada como base ideal para cercar mais a China no Extremo Oriente. A Iniciativa de Proliferação da Segurança (PSI) iniciada pela Administração Bush Jr. em 2003, imediatamente a seguir à invasão do Iraque, constitui também um meio para controlar o movimento de tráfego internacional e cortar os fornecimentos de energia à China, caso surja uma conjuntura de agressão contra os chineses.

Controle de rotas marítimas estratégicas, o cordão naval dos mares e uma “Marinha global”

Controlar o alto mar e o comércio constitui uma linha de ataque adicional a instalar para envolver os gigantes euro-asiáticos China e Rússia. É isto precisamente o que a Iniciativa de Proliferação da Segurança (PSI) e o estabelecimento duma “força naval global” sob comando dos EUA têm como objectivo a cumprir. Neste aspecto, a China está em maior perigo de ameaça vinda do oceano do que a Rússia.

A rede naval que está a ser criada pela OTAN e aliados começa a emergir. Mais de 40 países participaram em manobras navais no Mar da Arábia e no Oceano Índico. [25] Trata-se duma ameaça aos fornecimentos energéticos chineses e ao comércio internacional entre a África e a Eurásia através do Oceano Índico.

O Almirante Mike Mullen, Chefe das Operações Navais dos EUA, declarou que os EUA procuram montar e estabelecer uma “marinha de mil navios” para tomar conta das águas internacionais. [26] Esta estratégia esboçada consiste na futura amálgama das marinhas da OTAN e dos aliados naquilo que foi designado pela Marinha dos EUA como uma “parceria marítima global” que “junte marinhas, guardas costeiras, forças marítimas, operadores portuários, armadores comerciais e muitas outras entidades governamentais e não-governamentais dedicadas às questões marítimas.” [27]

As áreas iniciais onde esta nova estratégia vai entrar em jogo são o Golfo Pérsico, as águas da África Oriental e o Mar da Arábia. O Almirante Mullen citou também a existência de um grupo de 45 vasos de guerra predominantemente da OTAN colocados no Golfo Pérsico e cerca do Médio Oriente como parte desta força naval global. [28] As operações nas águas do Médio Oriente e no Mar da Arábia incluem as Task Force Combinadas (acrônimo inglês: CTFs) 150 and 152. A Task Force Combinada (CTF) 150 opera nas águas do Golfo de Omã, do Golfo de Aden, do Mar Vermelho e no Mar da Arábia do Norte, onde vários navios de guerra franceses estão posicionados. A Task Force Combinada (CTF) 152, que inclui navios de guerra italianos, franceses e alemães, opera no Golfo Pérsico e tem o seu quartel-general no Bahrain.

É significativo notar que a Task Force Combinada (CTF) 152, que faz parte do grupo de 45 navios de guerra citado pelo Almirante Mullen como integrando a força naval global, está sob comando da Marinha dos EUA e do CENTCOM. Inclui operações navais no Golfo Pérsico e na vizinhança do Médio Oriente. A operação “Iraqi Freedom” no Golfo Pérsico e a operação “Enduring Freedom” ao largo do Corno de África são apenas duas das operações que estes navios de guerra predominantemente OTAN activamente realizam.

A crescente armada naval compreende três Task Force Combinadas (CTFs) primárias em coligação e sete forças navais de apoio. Entre os 45 navios que constituem a força de vasos de guerra encontram-se da França, Alemanha, Itália, Holanda, Canadá, Austrália, Paquistão e de outros parceiros NATO, ao lado dos navios de guerra da Marinha dos EUA e britânicos.

A força naval global encontra-se mandatada sob os auspícios combinados da OTAN e da ala de operações navais do CENTCOM. A formação desta vasta e relativamente pouco falada armada de navios de guerra só é possível com o consentimento da entente franco-germânica no quadro da OTAN. Estes navios de guerra foram agrupados sob o pretexto da luta pela “Guerra Global contra o Terrorismo.”

O controle das águas internacionais, do movimento e do comércio global: a “Iniciativa de Proliferação da Segurança”

A par da força naval global criada pelos EUA e pela OTAN, foi delineada uma estratégia para controlar o comércio, o movimento e as águas internacionais. A Iniciativa de Proliferação da Segurança (acrônimo inglês: PSI; acrônimo português: IPS), sob a capa de eliminar o contrabando de componentes ou tecnologia das armas de destruição em massa (WMD) e seus sistemas portadores (tecnologia ou componentes de mísseis), estabelece-se para o controle do fluxo de recursos e do comércio internacional. A política foi esboçada por John Bolton, quando ao serviço do Departamento de Estado como sub-secretário de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional.

A estratégia foi iniciada em 31 de Maio de 2003 pela Casa Branca e delineada com violação aberta da lei internacional. Segundo a lei internacional, os navios de guerra da Marinha dos EUA ou da OTAN não podem abordar e inspeccionar navios mercantes estrangeiros em águas internacionais. Segundo a Parte VII (7) da Convenção da ONU sobre a Lei do Mar de 1982, as operações americanas são ilegais internacionalmente, a menos que autorizadas pelo país de origem do navio mercante. Os navios de guerra apenas podem abordar e inspeccionar ou deter navios do próprio país, a não ser que um acordo bilateral tenha sido assinado com outro país garantindo o direito de inspecionar navios mercantes navegando sob a sua bandeira.

Em águas internacionais, barcos estrangeiros só podem ser inspeccionados se poluirem junto das águas do país a que pertence a força naval ou se existir razoável suspeita de pirataria. Além disso, em águas internacionais navios pertencentes a um governo nacional têm imunidade contra paragens, inspecções e apreensões por parte de navios de outros países. Segundo estas regras internacionais, seria ilegal a Marinha dos EUA fazer parar em águas internacionais um navio pertencente ao governo da Coreia do Norte ou da Síria ou da China. Com o novo regime de águas internacionais proposto e actualmente posto em prática contra a Coreia do Norte pelo governo dos EUA, tudo isto começou a mudar, especialmente em águas do Oceano Índico e do Oceano Pacífico. Os governos de várias nações asiáticas criticaram abertamente e puseram em dúvida a legalidade das novas operações, incluindo o governo da Malásia. [29]

Naturalmente que a China suspeita da iniciativa americana sobre águas internacionais e recusou participar no esquema de 2003. Os chineses consideram que se trata de uma maneira dos EUA e seus aliados controlarem mais as águas internacionais e o comércio internacional. A Rússia, por outro lado, juntou-se ao esquema, porque Moscovo não está na posição, como a China, em que a sua linha de vida depende do tráfico marítimo e das águas internacionais. Além disso, a Marinha Russa pode reciprocamente, de acordo com o esquema, fazer parar e abordar navios mercantes americanos.

Não é coincidência que Singapura, o Japão e o Mar da China do Sul, todos na proximidade da China, tenham sido escolhidos como as principais zonas para os muitos exercícios navais segundo o novo esquema. EUA, Grã-Bretanha, Japão, Austrália, Canadá, Singapura, França, Itália e Alemanha, junto com a Rússia, tomaram parte nos exercícios navais relativos à Iniciativa de Proliferação da Segurança (PSI).

Muitos navios norte-coreanos foram ilegalmente parados e estorvados desde o início da iniciativa naval, mas a China, como outros países, está também sob ameaça de operações navais internacionalmente ilegais, reminiscentes das internacionalmente ilegais zonas “no-fly” impostas na pré-invasão do Iraque pelos governos dos EUA, britânico e francês. Abriu-se o precedente para um dia parar navios chineses e o tráfico marítimo para a China.

A expansão da OTAN e a marcha para o conflito global

O posicionamento militar global e as ambições geopolíticas da NATO cada vez mais acentuam e dão indicação sobre as operações e directivas militares da OTAN. O sistema de alianças militares reforça-se e os seus alvos principais parecem ser os gigantes eurasiáticos, Rússia, China e possivelmente Índia. A expansão da OTAN não está limitada apenas à Europa e à antiga União Soviética, mas pretende ter carácter global.Na Ásia, uma aliança asiática paralela irmã da OTAN está em formação a partir da rêde de alianças militares existentes no arco Ásia-Pacífico. [30] A China, a Rússia e o Irão estão agora na frente de uma relutante aliança eurasiática que toma forma em oposição à OTAN e aos Estados Unidos. Em última instância, pode ser no Médio Oriente que o ritmo de expansão da OTAN ficará estabelecido. Se o Médio Oriente cair sob total controle da aliança anglo-americana e da OTAN, estará preparado o palco para uma nova fase da “longa guerra” que vai levar direito ao coração da Eurásia.

Mahdi Darius Nazemroaya é Investigador Associado do Centro de Investigação da Globalização/Centre for Research on Globalization (CRG) especializado em assuntos geopolíticos e estratégicos.

Tradução de ODiario.info com modificações.

Original inglês: The Globalization of Military Power: NATO Expansion


NOTAS

[1] Judy Dempsey, Senador dos EUA reclama utilização da cláusula de defesa da OTAN para a energia, International Herald Tribune, Novembro 28, 2006.
[2] Mu Xuequan, Mandelson: Termina a pior crise entre a Rússia e UE desde a Guerra Fria, Xinhua News Agency, Abril 21, 2007.
[3] Pr. Michel Chossudovsky, Debatendo “Guerra e Paz” à porta fechada: a Conferência de Segurança da NATO em Riga, Centre for Research on Globalization, Novembror 26, 2007; Riga, capital da Lituânia, foi local de uma histórica conferência da OTAN que envolveu todos os principais decisores, partidos, corporações e indivíduos dentro da aliança OTAN. A oposição bielorrussa foi também convidada’ Debatendo “Guerra e Paz” à porta fechada: a Conferência de Segurança da OTAN em Riga, por Pr. Michel Chossudovsky, expõe o programa da OTAN em discussão à porta fechada e fornece uma completa lista de assistentes e participantes na cimeira transatlântica da Lituânia.
[4] Mahdi Darius Nazemroaya, A Marcha para a Guerra: crescimento naval no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo Oriental, Centre for Research on Globalization (CRG), Outubro 1, 2006.
[5] Kuwait assina acordo de segurança com a OTAN durante a conferência do Golfo na próxima semana, Kuwait News Agency (KUNA), Dezembro 6, 2006.
[6] Kuwait assina acordo da OTAN, Op. cit.
[7] Pr. Michel Chossudovsky, “Armas de destruição em massa:” Criando um pretexto para lançar a guerra contra o Irão?, Centre for Research on Globalization (CRG), Novembro 1, 2006.
[8] Estados do Golfo ‘podem responder a ataque,’ Gulf Daily News, Vol. XXIX (29), No. 364, Março 19, 2007.
[9] B. Izzak, Kuwait preparado para qualquer guerra EUA-Irão, Kuwait Times, Maio 10, 2007.
[10] Robert M. Gates, Declaração de postura à Comissão de Serviços Armados do Senado (Testemunho, Comissão de Serviços Armados do Senado, Washington, Distrito de Columbia, Fevereiro 06, 2007).
[11] Vladimir Putin, Discurso e posterior discussão na Conferência de Munique sobre Política de Segurança (Comunicação, Conferência de Munique sobre Política de Segurança, Munique, Baviera, Fevereiro 10, 2007); http://www.ynetnews.com/Ext/Comp/ArticleLayout/CdaArticlePrintPreview/1,2506,L-3340750,00.html
[12] Sistemas anti-míssil dos EUA na Europa ameaçam a Rússia — Geral, MoscNews, Fevereiro 9, 2007.
[13] Escudo anti-míssil dos EUA na Europa pode provocar corrida aos armamentos — Geral, MoscNews, 16 Março, 2007.
[14] Escudo anti-míssil dos EUA ameaça Rússia – geral, Reuters, Janeiro 22, 2007.
[15] Mark John, Plano de mísseis dos EUA desencadeia tensões na OTAN, Reuters, Março 5, 2007.
[16] Sarah Suk, Almirante americano confiante na eficiência do escudo de mísseis, Kyodo News, Maio 1, 2007.
[17] Atul Aneja, “Oleoduto devia estender-se até à China,” The Hindu, Maio 7, 2007; http://www.kuwaittimes.net/read_news.php?newsid=NDQyNzE4NjE=
[18] Os chineses objectam ao esboço sobre o clima, British Broadcasting Corporation News (BBC News), Maio 1, 2007.
[19] Andrew Davies, O inimigo por baixo: guerra anti-submarina na ADF, (Barton, Território da Capital da Austrália: Australian Strategic Policy Institute (ASPI), Fevereiro, 2007), p.1.
[20] Bill Gertz, A China desenvolve rotas marítimas estratégicas, The Washington Times, Janeiro 18, 2005; “A China está a desenvolver relações estratégicas ao longo de rotas marítimas desde o Médio Oriente até ao Mar da China do Sul de uma forma que sugere posicionamentos defensivos e ofensivos que protejam os seus interesses energéticos, mas também que sirvam grandes objectivos de segurança,” disse o relatório patrocinado pelo director do Net Assessment, que chefia o gabinete de Rumsfeld sobre estratégias orientadas para o futuro.
[21] Pallavi Aiyar, India faz exercícios navais com a China, The Hindu, Abril 12, 2007.
[22] Ibid.
[23] Ibid.
[24] Luan Shanglin, EUA ensaiam jogos de guerra em larga escala perto de Guam, Xinhua News Agency, Abril 11, 2007.
[25] Comandante naval: os EUA não planeiam atacar o Irão, Xinhua News Agency, Abril 17, 2007.
[26] Thom Shanker, EUA e Grã-Bretanha aumentam navios no Golfo Pérsico como sinal ao Irão, The New York Times, Dezembro 21, 2006.
[27] Ibid.
[28] Ibid.
[29] Malásia sem pressa para se juntar ao pacto de segurança liderado pelos EUA, Reuters, Abril 17, 2007.
[30] Mahdi Darius Nazemroaya, Aliança militar global cercando a Rússia e a China, Centre for Research on Globalization (CRG), Maio 10, 2007.
Original inglês: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=NAZ20070510&articleId=5605
Tradução portuguesa: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=6329


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About the author:

An award-winning author and geopolitical analyst, Mahdi Darius Nazemroaya is the author of The Globalization of NATO (Clarity Press) and a forthcoming book The War on Libya and the Re-Colonization of Africa. He has also contributed to several other books ranging from cultural critique to international relations. He is a Sociologist and Research Associate at the Centre for Research on Globalization (CRG), a contributor at the Strategic Culture Foundation (SCF), Moscow, and a member of the Scientific Committee of Geopolitica, Italy.

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